Jornal Estado de Minas

MANIFESTAÇÃO

Após pressão, retorno das aulas presenciais é suspenso em Divinópolis

Após a pressão feita pelos sindicatos vinculados à educação, a Prefeitura de Divinópolis, Região Centro-Oeste de Minas Gerais, recuou e suspendeu o retorno das aulas presenciais nas escolas da rede municipal de ensino – previsto para 5 de outubro.



A determinação ocorreu após reunião que contou com a participação das secretarias de Saúde e Educação e o prefeito Galileu Machado (MDB), nesta quarta-feira (30). Foi analisada a situação das instituições mediante os protocolos do governo do estado e da Vigilância Sanitária para prevenção contra a COVID-19.

 

“A secretaria de educação, em parceria com a Vigilância Sanitária, vai adequar as unidades de ensino ao protocolo de segurança. Quando for seguro o retorno para alunos, professores e comunidade escolar, vamos divulgar as datas. As escolas particulares continuam com a data prevista para 5 de outubro, desde que a Vigilância Sanitária aprove o protocolo individual de cada unidade”, disse Galileu.

 

De acordo com a secretária de Educação, Vera Prado, a rede municipal já entrou com todos os protocolos na Vigilância Sanitária e aguardará a análise do órgão: “Temos que ter um tempo para nos adequar. Estamos providenciando todas as situações possíveis, para ajudar cada escola, mas ainda não temos data definida para a rede municipal”.



As adequações levarão em conta a possibilidade do ensino presencial e remoto.

 

Enquanto não há nova data, as atividades não presenciais irão continuar, assim como a distribuição dos kits de alimentação, compostos de bens não perecíveis e da agricultura familiar. Ao todo, 12,5 mil alunos são beneficiados.

 

Carreata

 

Mesmo com a confirmação do veto, a carreata, organizada pelo Movimento Unificado Sindical de Divinópolis, foi mantida. Segundo o órgão, a manifestação englobou a situação do retorno das atividades também na rede estadual e privada.

Ao final, os manifestantes foram recebidos pelo prefeito. “Ele ficou de verificar uma possibilidade de intermediar, junto ao governo do estado, para que não haja o retorno às aulas, neste momento”, contou o diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Municipal de Divinópolis (Sintemmd), Rodrigo Rodrigues.





 

Rodrigues cita o alto contágio da doença como uma das razões para que as atividades presenciais não sejam retomadas no momento: “Entendemos que as crianças e os adolescentes são grandes vetores do vírus. Acreditamos que não é o momento e que é preciso que uma série de questões sejam trabalhadas, para que aí sim se estabeleçam datas e procedimentos para o retorno".  

 

Até o momento, 55 pessoas perderam a vida em decorrência da doença em Divinópolis. O boletim mais recente aponta 1.454 casos confirmados desde o início da pandemia, 556 descartados e 1.351 pacientes recuperados.

 

Onda verde

 

A retomada das aulas presenciais no ensino básico – que contempla a educação infantil, a fundamental e o ensino médio – foi autorizada pelo governo de Minas dentro do programa Minas Consciente. A autorização atinge os municípios que se enquadram na "onda verde". 

*Marcelo Lopes especial para o EM