O desespero de presenciar um incêndio de grandes proporções a poucos passos de seu comércio foi vivido por duas mulheres na última terça-feira (29), nas imediações de Lagoa Santa, Região Metropolitana de Belo Horizonte – incêndio que representa uma extensão da linha de fogo que atinge a Serra do Cipó. A equipe do jornal Estado de Minas foi a primeira a presenciar o desespero dos moradores e reportar o fato. Dois dias depois, a mesma equipe de reportagem retorna ao local e conversa com os personagens que travaram uma luta contra o fogo.
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Foto do Estado de Minas estampa campanha de socorro a Serra do CipóIncêndio na Serra do Cipó: combate às chamas só terá êxito com a reunião de forçasCombate ao incêndio na Serra do Cipó chega ao quinto diaMoradores fazem campanha para ação de reflorestamento na Serra do CipóIncêndio: estimativa é que Serra do Cipó tenha perdido quase 10 mil hectares de vegetaçãoSerra do Cipó: bombeiros relatam dificuldade no combate ao incêndioPreso homem que ateou fogo em mata no Barreiro nesta quintaPor volta das 19h a comerciante notou um “clarão”. “Quando eu desci rapidamente eu percebi que o fogo já estava vindo com tudo”, conta a moradora. “Eu estava sozinha em casa, sabia que não teria condições alguma de conter esse fogo. Desesperada, eu peguei a chave do meu carro e falei: ‘eu tenho que sair daqui porque infelizmente vai acontecer coisas piores’”, pensou.
No caminho, ela encontrou com a equipe de reportagem do EM, que prestou apoio no momento. Logo em seguida, outras pessoas apareceram. “Os moradores que já tinham visto a altura que o fogo estava vieram com baldes, bacias, tudo que podiam para me ajudar a apagar o incêndio que teve proporções muito grandes”, relembra Tânia.
A floricultura da cunhada dela, Vera Lucia de Souza Estevão, sofreu com metade do estabelecimento consumido pelo fogo. Mesmo assim, a proprietária não perde o sorriso no rosto. "Fazer o quê, meu filho? Já queimou mesmo. A vida que segue", diz à reportagem.