A polêmica intenção do prefeito de Lavras, José Cherem (PSD) de passar para uma organização social o controle e gestão da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade do Sul de Minas acabou. Ao menos por enquanto. Servidores municipais e o Conselho Municipal de Saúde comemoram o fato de a licitação ter sido revogada. A reunião que decidiu o cancelamento ocorreu na última quinta-feira (1).
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O processo licitatório já havia sido realizado, mas o vereador e pré-candidato a prefeito, Carlos Lindomar (PSL), fez representação ao Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais porque, segundo ele, haveria algumas irregularidades no edital de licitação. O TCMG intimou o prefeito José Cherem a prestar esclarecimentos e a tramitação corria em sigilo. Além disso, o sindicato dos servidores municipais e o Conselho Municipal de Saúde faziam pressão para garantir maior transparência ao processo.
O vereador Carlos Lindomar, autor da representação no TCE, ficou satisfeito com a revogação. “A administração do atual prefeito está terminando, faltam só dois meses e não há mais tempo para se fazer outra licitação. Uma próxima gestão, seja de quem for, faz uma discussão profunda com a população e vê qual é a melhor opção e de uma forma transparente. Essa é a ideia”, pontuou.
Vale ressaltar que José Cherem não será candidato a reeleição, pois a legislação veda a eleição de membros do mesmo núcleo familiar em três disputas eleitorais consecutivas para o mesmo cargo. Nenhum dos irmãos, Marcos Cherem, Fábio Cherem ou José Cherem poderá participar do pleito para o cargo executivo municipal em 2020. Este ano será o primeiro, após 12 anos de eleição em Lavras, sem a presença da família Cherem.
Sobre a licitação
O valor mensal especificado no edital para apresentação de proposta da organização social interessada era de R$1.957.782,86 (um milhão, novecentos e cinquenta e sete mil, setecentos e oitenta e dois reais e oitenta e seis centavos). A soma total chegaria a cerca de 24 milhões ao ano. A licitação chegou a ser concluída e a empresa vencedora foi o Instituto Nacional de Assistência Integral (INAI), com sede em São Bernardo do Campo (SP). A empresa atualmente é investigada pela Polícia Federal por irregularidades na gestão de hospitais e tem processos trabalhistas em outros estados, o que gerou preocupação às classes.