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Estado de Minas FUGA

Animais silvestres sofrem com as queimadas em Minas; bombeiros fazem mais de 5 mil resgates em área urbana

Em 2020, a corporação já atendeu mais de 6.500 casos de salvamento de espécies em perigo


06/10/2020 22:09 - atualizado 06/10/2020 22:34

Um lobo guará, com as patas e orelhas queimadas, foi encontrado bastante assustado em Desterro de Entre Rios
Um lobo guará, com as patas e orelhas queimadas, foi encontrado bastante assustado em Desterro de Entre Rios (foto: Corpo de Bombeiros de Minas Gerais/Divulgação)

Até o momento, o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais já registrou 5.390 ocorrências de captura de animais e 6.591 casos de salvamento de espécies da fauna silvestre em perigo. Só no último fim de semana, na área de atuação da 2ª Companhia de Bombeiros de Barbacena, no Campo das Vertentes, foram 14 resgates. Em um deles, um lobo guará, com as patas muito queimadas, foi salvo. A causa principal da maioria dos chamados, segundo o tenente Jaime Tomás, é o grande número de queimadas ocorridas em 2020. “Com a degradação de seus pontos de refúgio e proteção, eles vêm para as cidades, para fugir dos predadores e do fogo”, diz.

Tomáz esclarece que a maioria das espécies resgatadas são representantes da fauna silvestre , muitas delas exóticas ou raras. Em geral, os que representam perigo ao homem são alguns tipos de felinos considerados ferozes, como a onça parda resgatada na última sexta-feira, em Congonhas e, principalmente, os animais peçonhentos. 

“Não recomendamos, em hipótese alguma, tentar capturar os animais, quando eles invadem a área urbana. Além do treinamento específico, trabalhamos com equipamentos de proteção e de contenção apropriados, porque alguns bichos podem se tornar perigosos quando atacados , como é o caso do ouriço caixeiro”, explica o tenente. Ele reforça que a orientação é proteger-se, bem como os demais presentes, acionar o Corpo de Bombeiros pelo 193 e monitorar o animal. “Não adianta chamar os bombeiros e, quando chegamos ao local, as pessoas não sabem informar onde o bicho está. Até para resolvermos os casos de forma mais eficiente”, justifica. 

O tenente ainda chama atenção para a Lei de Crimes Ambientais 9.605/98, em vigor, e a nova Lei federal de maus tratos contra animais , sancionada em 29 de setembro, pelo governo federal. Conforme a nova legislação, é crime inafiançável usar de violência, abusar, mutilar ou ferir qualquer representante da fauna brasileira. “A pessoa acha que, pelo fato de ter tido sua casa invadida, pode bater neles com paus, vassouras. Isso é crime ambiental, quem comete pode ser preso”, reitera. 


Queimaduras

Na tarde domingo, bombeiros de Conselheiro Lafaiete capturaram um lobo guará em Desterro de Entre Rios, Região do Alto Paraopeba, na localidade de Pereirinhas, com diversos machucados nas orelhas e patas causados por queimaduras. O animal foi socorrido e levado para a unidade dos bombeiros em Conselheiro Lafaiete, onde foi encaminhado, pela Associação Protetora dos Animais, a um veterinário. Na cidade, foram resgatados ainda um ouriço cacheiro, uma cobra coral e um lagarto. Em Barbacena, foi capturado um ouriço-cacheiro e vários gambás. 

Ainda no fim de semana, ouriços cacheiros, gambás e uma cascavel foram salvos em São João del-Rei e, ontem, um tamanduá-mirim. De acordo com o sargento Ricardo Braga, que comandou as operações, foi preciso usar um enforcador, pois as garras pontiagudas do animal dificultavam sua contenção. “Está sendo comum ocorrências com animais da fauna silvestre, não só na região da Colônia, bem como em toda cidade. Os incêndios têm assustado e afugentado os animais para as áreas urbanas. A maioria apresenta-se com ferimentos ou é atacada por cães, quando sai do habitat natural”, afirma.


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