Uma carta de arrependimento, endereçada a parentes mais próximos, onde dizia ter cometido crimes que o envergonhavam e que, por isso, iria suicidar. Esta foi a mensagem deixada por um homem que abusou sexualmente de duas meninas em Betim. A primeira vítima, hoje com 14 anos, foi abusada dos 5 aos 10 anos. A segunda, de apenas quatro anos, foi abusada há cerca de 50 dias.
O homem que cometeu os abusos foi preso pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), quando mendigava na BR-040, próximo ao trevo de Nova Lima.
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Nas apurações, os policiais descobriram que o homem tinha um caso com a mãe da criança. Eles estavam separados, mas retomaram contato, pelo fato do homem se considerar pai da criança. Por isso, a mãe permitia que ela o visitasse.
“No entanto, no dia 21 de agosto, depois da visita, quando estava sozinha com a mãe, a menina teria contado o que tinha acontecido. A mãe, então, ligou para o homem, para tirar satisfação. Pelo telefone, ele confirmou a história. Depois, ainda enviou mensagens por aplicativo, confirmando outro abuso, anterior ao caso dos dois”, conta a delegada.
De posse das mensagens, os policiais iniciaram um levantamento e conseguiram encontrar a outra vítima de abuso, hoje com 14 anos. “A menina contou que era abusada desde os cinco anos. No princípio, eram apenas carícias, mas depois, com oito ou nove anos, aconteceu o ato sexual. Depois da confissão dela, fizemos um exame e este confirmou que o hímen estava rompido”, diz a delegada Ariadne.
Diante dos fatos, ela solicitou à 3ª Vara Criminal de Betim a prisão preventiva do homem. A prisão aconteceu de maneira um tanto inusitada, pois o homem estava mendigando à beira de uma estrada.
Segundo a delegada, ao ser abordado pelos patrulheiros rodoviários, ele confessou o crime e acabou sendo preso e conduzido para a Delegacia de Mulheres de Betim.
Morador de rua
Foram muitos interrogatórios e o homem não só confessou os estupros, mas também que tinha uma terceira mulher e que esta teria tido um filho do casal no início do ano.
O suspeito contou também que depois de escrever a carta para a família e ter saído de casa, foi para Casa Branca, onde se tornou morador de rua e tentou o suicídio por pelo menos cinco vezes. “Ele disse que tomou veneno de rato, mas não conseguiu seu objetivo”, conta a delegada.
O suspeito contou também que se considerava pai biológico da menina e, por isso, estava arrependido do que fizera. A mãe confirmou que ele não era o pai. Ele permanecerá preso até o julgamento.