Os números deixam evidente a necessidade do cuidado precoce. E ele pode ser prático, por meio de um simples toque no dia a dia: o autoexame. Para a oncologista clínica Nara Andrade, membro do corpo clínico do Cetus Oncologia, o método sozinho não previne a doença. No entanto, ajuda a mulher a conhecer seu próprio corpo e procurar um especialista, caso encontre algo diferente.
“Antigamente a recomendação dos médicos era que o autoexame fosse realizado em determinadas épocas do mês: alguns dias após o período menstrual, por exemplo. Porém, com o passar do tempo essa medida tornou-se mais individualizada, ou seja, a mulher deve se tocar sempre que se sentir confortável para tal - seja no banho, no momento da troca de roupa ou em qualquer outra situação do cotidiano. Não existe um padrão”, explica.
Outros sinais
Segundo a oncologista, além do nódulo, outros sinais podem indicar a presença de um tumor maligno. Alterações na cor da pele da mama, como vermelhidão, pele retraída ou enrugada, com aparência de casca de laranja, além de secreção de líquido anormal pelos mamilos são alguns deles.
A boa notícia é que 80% dos nódulos nas mamas são benignos e apenas 20% considerados malignos. “Geralmente o nódulo benigno, seja na mama ou axila, é redondinho, móvel e elástico. Por outro lado, se você apalpá-lo e sentir que ele é fixo, cheio de ondulações e endurecido, pode estar com um nódulo maligno”, explica Andrade.
Porém, ela acrescenta que a identificação do tipo de nódulo deve ser feita quando a mulher passa por uma avaliação médica. “Caso seja descoberta uma alteração nas mamas, o primeiro passo é marcar uma consulta com um profissional especializado, ginecologista ou mastologista. Dependendo da idade da paciente, estes profissionais podem solicitar exames como ultrassonografia ou mamografia para avaliar o nódulo identificado no autoexame”. Se as suspeitas de um tumor aumentarem, um fragmento do nódulo é enviado para biópsia em laboratório para identificar o tipo.
A médica ressalta que, por mais que o carocinho pareça pequeno ao toque, ele pode se revelar grande em uma mamografia ou ultrassonografia. “Por isso, em hipótese alguma, a mulher deve negligenciar a ajuda médica. Qualquer percepção de alteração nas mamas deve ser investigada imediatamente”, enfatiza.
Importância do autocuidado
O ideal, de acordo com Nara, é que o autocuidado entre na rotina da mulher, a partir dos 35 anos. “Nesta idade, espera-se que elas já conheçam mais suas mamas para, assim, conseguirem identificar prováveis alterações”. Já aquelas com histórico familiar da doença devem começar os exames de rastreamento e prevenção ainda mais cedo. “Se a mulher tem, na família, uma tia com câncer de mama aos 40 anos, o ideal é que ela comece suas mamografias anuais aos 30, ou seja, 10 anos antes da incidência da doença na família.”
Para a população em geral, a recomendação das Sociedades Brasileira, Americana e Europeia de Mastologia é que a mamografia anual comece a ser feita partir dos 45 anos. “As mulheres não devem se descuidar nunca, principalmente neste momento de pandemia em que muitas, infelizmente, interromperam as mamografias de rotina ou sequer vêm fazendo o autoexame. Essa postura, infelizmente, pode se refletir em diagnósticos tardios em um futuro não tão distante.”
Outras recomendações de prevenção do câncer de mama incluem alimentação balanceada, pouco consumo de carne vermelha ou carnes processadas, atividades físicas regulares, manutenção do peso adequado, não fumar e evitar o consumo de bebidas alcoólicas.
Campanha de hospital oncológico alerta para a importância do autoexame
Baseada na importância do autoexame das mamas, para um possível diagnóstico precoce do câncer, a Campanha de Outubro Rosa do Cetus Oncologia tem o objetivo de conscientizar as mulheres sobre este autocuidado corriqueiro do dia a dia. Com o nome de ‘Quem curte ter saúde dá o toque’, a ação desenvolvida pelo hospital-dia, será virtual, por causa do isolamento social imposto pela pandemia.
Entre as iniciativas está um hotsite com autoexame digital interativo, para incentivar a mulher a tocar/clicar no seio enquanto lê uma explicação de como o procedimento é feito, além de lives com médicos orientando a população sobre todos os aspectos da doença.
“O toque, hoje, está ao alcance das nossas mãos com o celular, usado para diversas finalidades, entre elas curtir uma foto no Instagram. Por isso vamos aproveitar das potencialidades das redes sociais para deixar nosso recado: se para curtir algo, você precisa tocar a tela, logo quem curte a saúde, tanto se toca quanto alerta outras mulheres para fazerem o mesmo. E aqui o único bloqueado será o câncer de mama”, afirma Lilian Mariano, Diretora de Relacionamento Institucional do Cetus Oncologia, responsável pela equipe de Marketing do hospital-dia.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Daniel Seabra