A cabeleireira Roseane Álves de Souza, de 37 anos, amanheceu amando ainda mais o próprio corpo. Não se trata de narcisismo, mas olhar para si própria com felicidade é o marco de que um problema grave foi superado. Em 2016, ela fez uma mastectomia da mama direita, ou seja teve de retirá-la como forma de tratamento de um câncer. Depois do processo de reconstrução, ela ainda não se sentia completa, porque faltava o mamilo. Mas, nesta semana, ela recebeu uma prótese de mamilo, o que lhe trouxe imensa alegria.
Em função do Outubro Rosa, a Oncobio BH ofertou a prótese de mamilo para dez mulheres, que tiveram câncer de mama e passaram por cirurgia. Os moldes foram feitos na semana passada e, nesta semana, as próteses foram colocadas. Personalizadas no formato, cor e textura, as próteses são feitas de silicone.
"Superou todas as minhas expectativas. É algo surreal, principalmente, pela perfeição", afirma. Roseana lembra que havia tentado outros procedimentos para que a mama voltasse ao aspecto de antes da cirurgia, como a micropigmentação, por exemplo, mas eles não deram certo.
Ela afirma que não tinha problema com a auto-estima, mas sentia que faltava um pedaço dela. No entanto, o olhar do outro sobre ela a incomodava. "A cirurgia é uma mutilação. Agora, com a prótese, realmente estou completa", diz.
O implante da prótese de mamilo é um procedimento simples. "É indolor, leva duas horas para fazer a adequação e a coloração", afirma. Na avaliação de Roseano, a técnica é uma revolução para as mulheres mastectomizadas. "A mastectomia é uma mutilação. A mulher deixa de se ver completa. A retirada da mama traz consigo uma cicatriz de vida. Você venceu aquela batalha, mas falta alguma coisa", reforça. Agora, com a prótese, o sentimento dela é de gratidão para a equipe de saúde que realizou o procedimento.