Uma volta em tempo recorde para atender o principal cliente. Assim pode ser explicada a retomada, nesta segunda-feira (12), das atividades do Museu dos Brinquedos, localizado na Avenida Afonso Pena, no Funcionários, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. A retomada aconteceu em pleno Dia das Crianças, apenas 48 horas depois do decreto da prefeitura que liberou o funcionamento dos estabelecimentos que guardam nossas memórias.
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Na tarde desta segunda, José Nélio Januário, de 66 anos, aproveitou a folga para levar as netas Elisa, de 7, e Helena, de 5, ao Museu dos Brinquedos. Foi um dos primeiros passeios das crianças depois de uma quarentena muito maior que a maioria da população.
Isso porque elas estavam com a mãe em Lyon, na França, onde a pandemia da COVID-19 chegou primeiro que no Brasil. Quando a situação foi controlada na Europa, a família veio para BH, onde a onda do novo coronavírus ainda era ascendente.
“Há muito tempo que eu ouço falar desse museu. Achei que hoje (segunda) era um dia apropriado por ser comemorado o Dia das Crianças. Está bem legal. A gente volta ao passado aqui e revive isso com as netas”, afirma o médico vinculado à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
José Nélio, Elisa e Helena foram os primeiros visitantes do Museu dos Brinquedos após a reabertura.
“Eu já tinha vindo antes com minha escola, mas agora está mais legal porque minha irmã veio junto. Nem sei dizer o que gostei mais de tantos brinquedos que têm”, diz a pequena Helena.
Como comprar?
A visitação ao Museu dos Brinquedos precisa ser garantida a partir da compra de ingressos por meio do site Sympla. Cada horário permite a presença de três grupos de no máximo seis pessoas, geralmente formado por pessoas da mesma família.
Ao decorrer da programação, cada agrupamento fica em uma sala diferente, tudo para evitar a aglomeração de pessoas. Depois, para receber uma nova leva de pessoas, a equipe do estabelecimento higieniza toda a estrutura, até porque boa parte dos brinquedos requerem interação com o visitante.
A experiência tem duração máxima de uma hora. Os ingressos custam o mesmo preço de antes da pandemia: R$ 24 a inteira e R$ 12 a meia-entrada.
Os protocolos de segurança tradicionais também são seguidos: uso obrigatório da máscara, aferição da temperatura corporal e higienização das mãos com álcool em gel.
Reinvenção
O museu criado em 1986 ficou fechado por quase sete meses. Período no qual a administração do local precisou se reiventar para gerenciar as contas. “Eu costumo dizer que o ralo continuou aberto, mas a torneira de água ficou fechada nesse período. A gente conta com vários patrocinadores, mas a bilheteria tem papel fundamental na nossa arrecadação”, afirma a diretora-executiva do espaço, Tatiana de Azevedo.
De acordo com Tatiana, o Museu dos Brinquedos adotou atividades à distância durante a pandemia. O canal do estabelecimento no YouTube foi reativado para incentivar a construção de brinquedos criativos com materiais de fácil acesso.
“Chegamos a promover a interação entre netos e o avô, que morava em Nova York. Foi super legal, porque uma das dificuldades da quarentena foi justamente a distância das crianças dos idosos. Foi muito bonito, porque misturamos um pouco da memória com o brincar”, ressalta a diretora-executiva.