Os profissionais da linha de frente usam uma roupa específica para evitar a contaminação, mas quando retiram o traje e entram em contato com a superfície dele correm o risco de contrair a Covid-19. “O profissional entra na cabine e a máquina pulveriza um líquido sobre as vestimentas. Isso permite que ele possa tirar o traje em segurança", afirma o gestor do Fab Lab Inatel Raphael Pereira.
O projeto foi desenvolvido por uma equipe de sete pessoas e demorou cerca de três meses para ser concluído. “A cabine foi um pedido da diretoria do hospital e foi projetada especificamente para um ambiente interno”, diz Raphael. A estrutura é feita com canos de pvc e concreto armado e tem uma manutenção de baixo custo. A limpeza pode ser feita com os mesmos produtos utilizados na higienização do hospital e não há gasto considerável de energia.
"A ideia de buscar o projeto surgiu porque Santa Rita é um pólo tecnológico e oferece suporte para iniciativas como essa", afirma Marcos Vilela, presidente da fundação que mantém o Hospital Antônio Moreira da Costa. A cabine já está em funcionamento em um Centro de Atendimento de Síndromes Gripais, criado no hospital durante pandemia. Atualmente, cinco pacientes estão internado no local com Covid-19 e ainda não há casos de profissionais contaminados.
“A cabine será útil mesmo depois da pandemia porque também é eficaz na eliminação de fungos e bactérias”, informa o gestor do Lab Fab Inatel. De acordo com a diretoria do hospital, a estrutura deve ser mantida por tempo indeterminado.
Polêmica sobre o uso da cabine
Há alguns dias, o Conselho Federal de Química (CFQ/CRQs) e a Associação Brasileira de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes (ABIPLA) divulgaram uma nota em que criticaram a instalação desse tipo de equipamento.
Na ocasião, Rodrigo Moura, conselheiro federal do CFQ, informou ao Estado de Minas que esse tipo de procedimento é comum em higienização de móveis, objetos e ambientes, mas que não deve ser usado em pessoas. (Helena Lima/Especial para o EM)