Em busca de melhor receber os visitantes amantes da natureza e de boas paisagens, o Parque Estadual da Serra do Rola-Moça, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, tem sido estruturado com novas placas e sinalizações. O local é uma Unidade de Conservação de Proteção Integral, administrada pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF).
Na manhã desta sexta-feira (16), foi a vez do Mirante dos Planetas receber nova placa. De acordo com o gerente do parque, Henri Dubois Collet, as informações turísticas no local já haviam sido instaladas anteriormente, mas a sinalização foi depredada. “No início do ano fizemos uma grande revisão e instalamos 198 placas de indicação, localização de nascentes, dos mananciais, placas orientativas e de atenção”, disse.
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“A nossa ideia é estruturar o parque para receber o visitante. Algumas sinalizações são educativas onde contam um pouco da história do local e como seu surgiu o nome. Colocamos também o mapa que aponta onde a pessoa está localizada”, acrescenta Luisa Campos, analista ambiental do parque.
Prevenção a incêndios
O parque conta com sistema de videomonitoramento com câmeras que, além de levar mais segurança aos visitantes, ajuda no controle das queimadas. São câmeras com visão normal e térmicas que alertam os cerca de 36 brigadistas em caso de incêndio.
“Essas câmeras nos ajudam a monitorar o parque. Temos equipe de monitoramento 24 horas. Nesse período crítico, de junho até outubro, a gente tem ainda mais apoio de brigadistas”, afirma Henri Collet.
A unidade de conservação possui uma área total de 4006,51 hectares. Neste ano, 13 hectares foram queimados. “É um número baixo em relação aos focos em volta do parque”, destaca o gerente do local.
Segundo ele, a média do tempo de resposta entre o início das chamas e o início do combate é de 10 minutos. Já a média de tempo entre começar o combate e debelar um incêndio está em 30 minutos.
“Além dos brigadistas temos vários apoiadores no entorno. Temos que reconhecer os trabalhos deles porque são profissionais de combate a incêndio. Sempre acionamos os bombeiros militares, mas às vezes no meio do caminho já está debelado”, disse.
Importância de preservação
O Parque Estadual da Serra do Rola-Moça é reconhecido por sua riqueza natural, com amplo espaço para apreciar paisagens e com uma rica biodiversidade constituída por uma série de espécies da fauna, como o lobo-guará, onça parda, cachorro-do-mato, veado campeiro, carcará e várias outras espécies de aves, bem como da flora, como a canela-de-ema, espécie símbolo do parque, várias espécies de orquídeas, bromélias e cactáceas.
“A importância é em função de toda a fauna que nós temos. De época em época contamos com rastros da onça que nos visita. O parque é uma maravilha, de beleza cênica incomparável”, conclui Collet.
Confira as informações turísticas das novas placas do parque:
História do parque
O Parque Estadual da Serra do Rola-Moça (PESRM), foi criado em 27 de setembro de 1994, pelo Decreto Estadual n° 36.071, para proteger os seis mananciais de água que abastecem parte da população de Belo Horizonte, Ibirité, Brumadinho e Nova Lima.
Para assegurar o fornecimento de água em qualidade, quantidade e constância, esses mananciais foram declarados como Áreas de Proteção Especial (APE’s), pelo Governo Estadual. Não estando, por isso, abertas à visitação pública.
O PESRM, possui uma área total de 4006,51 ha, está situado na confluência das serras do Curral, da Moeda e dos Três Irmãos, englobando quatro municípios mineiros: Belo Horizonte, Nova Lima, Ibirité e Brumadinho.
Localizado próximo a grandes concentrações urbanas, abriga uma paisagem peculiar por suas características geológicas e topografia acidentada. Região de natureza privilegiada, se destaca pela beleza cênica dos ondulados das serras conformando um horizonte convidativo à contemplação e ao reencontro com a natureza.
Riquezas naturais
Fazendo parte do mosaico de unidades de conservação (UCs), inseridas na Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço (RBSE), o PESRM possui riquezas naturais que são presentes nos diferentes ecossistemas que abrigam, como as matas ciliares, as áreas de cerrado e os campos rupestres.
As conhecidas e peculiares canelas-de-ema (Vellozia sp.), espécie símbolo do parque, bem como o lobo-guará, a lontra e o mico-estrela, são exemplos de uma fauna e flora diversificada e, em alguns casos, ameaçada de extinção.
A região do Parque também abrange em seu domínio, várias nascentes e cabeceiras de rios das bacias do Rio das Velhas e do Paraopeba, destacando-se as Áreas de Proteção Especial (APE’s): Taboões, Rola-Moça, Bálsamo, Barreiro, Mutuca e Catarina.
Origem do nome
O Parque Estadual da Serra do Rola-Moça teve seu nome contado em um ’’causo’’ imortalizado por Mário de Andrade, em um poema que relata a história de um casal que, logo após a cerimônia de casamento, cruza a serra de volta pra casa, quando o cavalo da moça, escorrega no cascalho e cai no fundo do grotão. O marido, desesperado, esporou seu cavalo ribanceira abaixo e, “a Serra do Rola-Moça, Rola-Moça se chamou’’.