A Polícia Civil vai apurar se a manifestação encerrada pela Polícia Militar (PM) e que culminou na detenção da vereadora Bella Gonçalves (PSOL), na tarde de sexta-feira (16), se tratou de obstrução à atuação da parlamentar ou de obstrução da ação policial de contenção de um distúrbio. Um vídeo conseguido pelo Estado de Minas mostra o momento da confusão, mas não fica claro quem a iniciou.
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Acusado de assassinar candidato a vereador em Patrocínio se entrega à políciaOnça parda invade quintal de casa em Poços de Caldas, veja vídeoVereador foragido, suspeito de importunação sexual, renuncia em VarginhaVereador de Varginha é procurado pela polícia, suspeito de importunação sexualO movimento, entre as avenidas Gonçalves Dias e Barbacena foi identificado pelas câmeras do 1º Batalhão da Polícia Militar, que informou ser protocolo enviar viaturas imediatamente, sobretudo por não ter nenhum protesto marcado para o local, o que seria uma praxe vinculçada ao direito constitucional de livre manifestação segundo a corporação.
"Assim que os militares chegaram ao local, tentaram identificar as lideranças para negocia ruma forma segura de que o protesto ocorresse e as vias continuassem abertas à circulação dos motoristas", disse o major Cláudio Henrique Ribeiro dos Santos, subcomandante do 1º BPM. de acordo com o militar, a manifestação estava ocorrendo de forma temerária.
"O decreto da pandemia diz que não se pode aglomerar mais de 30 pessoas. Recebemos uma reclamação do Hospital Mater Dei de que o protesto estava atrapalhando o cuidados dos pacientes e o trabalho das equipes de médicos e de enfermeiros. Mas tentamos negociar uma forma de afastamente e de liberação das vias", afirma o subcomandante.
Já a vereadora informou que o movimento era organizado e pacífico. "Fomos lá para estar junto com os moradores, entender quais eram as reivindicações deles e buscar um canal de diálogo com a Cemig. Eu não estava envolvida neste momento. Estava conversando com a Polícia, tentando mediar a situação, ao lado", afirma a parlamentar.
Pelo vídeo é nítido que num dado momento os manifestantes fecham as duas vias e um carro que é envolvido pelas pessoas acelera em meio aos manifestantes que o atacam com socos, bandeiradas e chutes.
Na versão da vereadora, a motorista avançou sobre os manifestantes, que depois teriam sido agredidos e sofrido ataques de gás dos policiais. A Polícia Militar informou que os manifestantes encaixotaram os carros que estavam trafegando e que os atacaram primeiro. "Tentaram quebrar os vidos do veículo e o danificaram, com duas mulheres dentro, mãe e filha. Por isso foi usado gás e três pessoas acabaram detidas", afirma o major Cláudio.
Nesse momento, segundo a polícia, a vereadora tentou impedir a prisão dos suspeitos se identificando como parlamentar e ameaçando os militares. Já Bella Gonçalves diz que estava com "uma senhora idosa estava passando muito mal. Eu estava tentando convencê-la a passar os documentos para a polícia (que iria qualificar os manifestantes que reagiram à tentativa de atropelamento). Foi quando a polícia alegou que ela não queria passar os documentos. Ela estava muito alterada, chorando muito. E quiseram colocá-la no camburão”, afirma.
A vereadora e os supeitos foram levados para a delegacia. Por volta de 3h, ela foi liberada. "Revertemos os fatos mostrando que a comunidade foi agredida e que a Políocia Militar cometeu abuso de autoridade contra um mandato parlamentar e contra uma comunidade que lutava contra o despejo. Vamos seguir firmes, pois não aceitamos injustiça", declarou a vereadora.