Jornal Estado de Minas

APURAÇÃO

MPMG vai analisar possíveis medidas depois de Backer lançar cerveja em evento

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) está "apurando e analisando as medidas que podem ser adotadas" diante da festa promovida pela cervejaria Backer para “relançar” a cerveja Capitão Senra, no Templo Cervejeiro, no Bairro Olhos D’Água, em Belo Horizonte.



O restaurante, fechado desde o fim de janeiro devido às investigações sobre contaminação de cervejas por mono e dietilenoglicol durante o processo de fabricação, voltou a funcionar com uma festa só para convidados no sábado, com cardápio de um chef de cozinha renomado. Familiares e vítimas da intoxicação ficaram indignados.

A informação é de uma fonte do Estado de Minas – que preferiu não se identificar. A reportagem apurou que o restaurante funcionou no fim de semana e um banner com a nova cerveja foi colocado no local.

De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), a cervejaria tem o alvará para funcionamento do restaurante. "A PBH esclarece que o Templo Cervejeiro possui Alvará de Localização e Funcionamento. De acordo com o decreto 17.454, a comercialização de bebidas alcoólicas em bares e restaurantes pode ser feita somente entre 17h e 22h, de segunda a sexta-feira. Aos sábados, domingos e feriados a comercialização pode ser feita entre 11h e 22h", informou.



Porém, a fábrica continua fechada. A cerveja foi relançada no sábado sem holofotes. A empresa não esclareceu como está sendo a produção, já que a fábrica foi interditada no início do ano. "O Ministério Público continua trabalhando no sentido de garantir o ressarcimento às vítimas, mas não houve nenhum fato novo relevante no processo, sendo que, em relação às matérias divulgadas na imprensa, no final de semana, estamos apurando e analisando as medidas que podem ser adotadas", informou o MPMG por meio de nota.

O lançamento ocorreu um dia depois de a Justiça acatar denúncia contra três sócios da Backer e sete engenheiros e técnicos da empresa, em processo movido pelo Ministério Público sobre a morte de 10 pessoas e lesões gravíssimas em outras 16 provocadas pelo consumo de cervejas da marca.

Em janeiro, o Ministério da Agricultura e Pecuária constatou contaminação em 36 rótulos da Backer – e não apenas da Belorizontina, que trouxe o caso à tona. “A reabertura do Templo Cervejeiro advém do respeito da Backer a todos os requisitos e condições legais de funcionamento. A empresa é a principal interessada no esclarecimento de toda e qualquer irregularidade relacionada com suas atividades e, nesse sentido, tem colaborado com o trabalho de autoridades e dos órgãos de fiscalização e controle, ao mesmo tempo que reafirmou a certificação da excelência de seus processos produtivos”, disse a cervejaria, por meio de nota, sem responder outras perguntas do Estado de Minas sobre o lançamento. (Com informações de Larissa Kumpel)



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