A temporada das chuvas foi iniciada em Minas Gerais na segunda quinzena deste mês. Mas entre os meses de agosto e setembro, a área total com seca no estado subiu de 68,02% para 81,68%, alcançando a maior parcela do território mineiro desde dezembro de 2019 (96,72%). Em termos de severidade, houve a ampliação da área com seca grave, que passou de 5,09% para 12,2% do estado.
Esse cenário integra a última atualização do “Monitor de Secas”, serviço coordenado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), com o apoio da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). O diagnóstico é desenvolvido conjuntamente com diversas instituições estaduais e federais ligadas às áreas de clima e recursos hídricos, que atuam na autoria e validação dos mapas.
A partrir do estudo, é feito acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores do fenômeno e nos impactos causados em curto e/ou longo prazo. O levantamento abrange as cinco regiões brasileiras e inclui os nove estados do Nordeste, o Sul e o Sudeste e ainda Distrito Federal, Goiás e Mato Grosso do Sul (Centro-Oeste) e Tocantins (Norte).
Por meio do levamento, é possível comparar a evolução do clima semiárido em 18 estados e no Distrito Federal a cada mês. Desta forma, o “monitor” vem sendo utilizado para auxiliar a execução de políticas públicas de combate aos efeitos da estiagem prolongada.
Conforme a ultima atualização do monitoramento, divulgada nesta quarta-feira, houve piora dos indicadores de seca em Minas nos meses de agosto e setembro devido ás altas temperaturas e as chuvas abaixo da normalidade em grande parte do estado, principalmente, no centro-sul.
“Por isso, as áreas de seca fraca se expandiram no noroeste e porção central de Minas, bem como aconteceu o aumento no grau de severidade da seca em parte do oeste e centro-sul. Os impactos passaram a ser de curto e longo prazo no norte do estado e permanecem de curto prazo nas demais áreas”, diz o estudo da ANA.
De acordo com o levantamento, “Minas tem a pior situação do Sudeste em setembro por ser o único com partes de seu território com seca grave e seca extrema”. Além de Minas Gerais, a pesquisa revela que em setembro ocorreu o aumento das áreas semiáridas no Distrito Federal e em mais 12 estados: Alagoas, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Sergipe e Tocantins.
A redução de áreas com o fenômeno aconteceu somente no Rio Grande do Sul. Três estados que passam por forte seca permaneceram com 100% de seus territórios com o fenômeno em setembro: Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina. A Bahia se manteve no patamar de 68% de sua área com seca.
Chuvas trazem alívio no Norte de Minas
Os moradores do Norte de Minas vivem um alívio com a chegada das chuvas na segunda quinzena deste mês. Ao lado do Vale do Jequitinhonha, a região é historicamente castigada pelas secas. Até esta semana, não haviam sido registradas chuvas significativas na região deste 17 de maio.
De acordo com o meteorologista Ruibran dos Reis, do Climatempo, até o fim de outubro, deverão cair entre 100 e 130 milímetros no Norte de Minas, acima da média histórica. “Também há previsão de que em novembro e dezembro deve chover no Norte de Minas um pouco acima da média histórica da região”, afirma Reis.