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Estado de Minas MARIANA

COVID-19 atrasa reassentamento de vítimas de barragem da Samarco

Fundação Renova anuncia que as famílias devem entrar nas casas novas no ano que vem, e informa que foram repassados R$ 10 bilhões em reparação


23/10/2020 13:27 - atualizado 23/10/2020 17:11

(foto: Fundação Renova/Divulgação)
(foto: Fundação Renova/Divulgação)
 
O rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, completa cinco anos no próximo 5 de novembro, mas os atingidos de Bento Rodrigues, Paracatu de Baixo e Gesteira ainda devem aguardar até fevereiro do ano que vem para entrar nos distritos reconstruídos. A informação é do presidente da Fundação Renova, André de Freitas, que apresentou um balanço do programa de reparação, dividido em ações de recuperação das águas, indenizações, reassentamentos e medidas compensatórias para os municípios atingidos.
 
Segundo a Renova, fundação que foi criada pela mineradora Samarco e suas controladoras, as gigantes Vale e BHP Billiton, para lidar com os efeitos da pior tragédia socioambiental da história do país, até o momento, foram repassados R$ 10,1 bilhões para raparações.  

O rompimento despejou cerca de 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos  no Rio Doce, com impactos ao longo de 700 quilômetros, a partir de Mariana até a foz. “A  qualidade voltou aos patamares de antes do rompimento”, afirmou Freitas. Segundo ele, os dados são aferidos em 92 pontos de monitoramento com o acompanhamento de 80 parâmetros físicos, químicos e biológicos).
 
O desafio, no entanto, é o saneamento do rio, que ainda recebe 80% do esgoto de 25 municípios que fazem parte da bacia. Segundo ele, o rio recebe cerca de 140 milhões de metros cúbicos de esgoto não tratado. O tratamento sanitário faz parte das ações compensatórias. A previsão é o repasse de R$ 600 milhões em ações de saneamento em 39 municípios. 

As indenizações pagas chegam a R$ 2,6 bilhões, sendo 1,28 bilhão para as vítimas em Minas Gerais e R$ 1,32 bilhão para os atingidos no Espírito Santo. De acordo com André de Freitas, há um processo de simplificação para pagar a indenização às pessoas que têm dificuldade de comprovar os danos causados pelo rompimento. Estão, neste grupo, pescadores, por exemplo. As indenizações individuais, nesses casos, podem chegar a R$ 100 mil.  

A fundação informou que foram destinados R$ 1 bilhão para realizar reassentamentos das 300 famílias atingidas de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo. André informou que houve atraso no cronograma das obras de construção das casas em decorrência da pandemia do novo coronavírus, o que implicou a redução para um terço da força de trabalho. “Houve atraso sim. Devido à COVID-19, interrompemos as obras por várias semanas”, admitiu o presidente da Renova. A Fundação Renova informou que o prazo está sendo tratado no âmbito de uma Ação Civil Pública, tendo sido o juízo devidamente informado sobre os impactos da Covid-19 no andamento das obras desses reassentamentos.

Freitas admitiu também que cinco anos é um período longo para as famílias serem reassentadas, mas, segundo ele, o processo é demorado por ser a construção “praticamente de uma cidade”. “Só a escolha do terreno levou um ano para ser feita”, afirmou. 


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