A Polícia Civil cumpriu, nesta sexta-feira (23), a quinta etapa da Operação Malebolge, de combate à corrupção, cujo alvo era o desvio de recursos públicos da Prefeitura Municipal de Araxá, através do transporte educacional rural. Até o momento, o prejuízo causado é de R$ 5.646.551,41 .
O caso é investigado pelo delegado Renato de Alcino Vieira. Foram indiciados por peculato, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e organização criminosa, a ex-secretária de governo do município, Lucimary Ávila, seu marido, Leovander Gomes de Ávila, o filho do casal, o Secretário Municipal de Ação e Promoção Social, Moises Pereira Cunha, e um ex-assessor municipal que atuava na tesouraria, e um funcionário público.
Leia Mais
Operação Malebolge: 5ª fase prende uma pessoa e cumpre mandado em casa de servidora públicaDesdobramento da Operação Malebolge, em Araxá, aponta indícios de novos crimesPC cumpre mandados de busca e apreensão em imóveis de empresários de AraxáOperação policial resgata R$ 3 milhões desviados da Prefeitura de AraxáJustiça interdita fazenda de R$ 6 milhões; políticos são investigadosPC prende empresários envolvidos em fraude com dinheiro públicoPrefeito diz que não sabia de fraudes em contratos com empresas de vansPolícia investiga fraude em licitação de insumos para combate à COVID-19Motoboy é ameaçado em restaurante e bate em dois homens em Ouro Branco; veja vídeosOperação da polícia combate golpe em sites falsos de leilões de veículosSegundo ele, as regras também limitavam a concorrência a participantes de Araxá, apenas. “E uma cláusula exigia que todos os vencedores deveriam ter experiência nesse tipo de transporte, o que também é limitador. Isso restringiu o total de participantes.”
As investigações mostraram que houve uma fraude com os tacógrafos que medem as distâncias percorridas pelos veículos. A remuneração é por quilometragem e eles estavam adulterados, com pelo menos 30% a mais que o total percorrido.
Segundo o delegado, funcionários da prefeitura desviavam os motoristas de suas funções. Outra prova da fraude é que, depois que as investigações foram iniciadas, “houve um cancelamento tardio da licitação”. Segundo ele, foi uma tentativa de se evitar provas. “Era tarde, pois os contratos já tinham sido assinados e estavam em nosso poder", explicou o delegado.
Todos os veículos que estavam na licitação foram recolhidos. “Seus proprietários, que estão indiciados, estão impedidos de fazer negócios, vender, alugar. Os carros foram devolvidos, mas os envolvidos, agora, são fiéis depositários. Os veículos serão usados para o ressarcimento público e, portanto, não podem ser transacionados.”