Um jacaré chamado Nego, que mede 2 metros de comprimento e vive na Lagoa do Pérola, às margens da BR 116, no Bairro Jardim Pérola, em Governador Valadares, virou celebridade. A orla da lagoa – que tem pista de caminhada e ciclovia – registra diariamente grande movimentação de pessoas, a maioria com celular na mão tentando fotografar Nego ou fazer uma selfie com ele. Mas isso é missão quase impossível.
Antes da pandemia do novo coronavírus, a aparição do jacaré era determinada por um chamado. “O 'Cabeludo' gritava: 'Nego, Nego, Nego!'. Aí ele aparecia no ato”, conta o aposentado José Luiz Carvalho, de 72 anos, conhecido como José Pardo, que fica sempre por ali, na orla, sentado, tomando uma fresca.
'Cabeludo' é um dos muitos homens que integrava a população em situação de rua de Governador Valadares. Ele não mais perambula pela orla da lagoa. “Com o início da pandemia, algumas famílias de alma boa daqui do Peróla levaram o Cabeludo para um abrigo”, afirma José Pardo.
Sem os chamados do 'Cabeludo', as aparições diurnas do jacaré são raras. À noite, contudo, ele desfila com excelência pelas ruas próximas à orla, correndo até o risco de ser atropelado, conforme alertam o aposentado e alguns vendedores ambulantes que ficam no calçadão.
Apesar de fazer a alegria dos visitantes da Lagoa do Peróla, Nego também desperta sentimentos nada amáveis em alguns deles. "Às vezes, ele é apedrejado pelas mesmas pessoas que apedrejavam os gansos que viviam aqui na lagoa", denuncia José Pardo.
Na manhã desta terça-feira (27) algumas pessoas estavam a espera de Nego, com a câmera do celular apontada para o espelho d’água. Espera inútil. Ele não apareceu.
Mas o aposentado José Pardo tinha várias fotos de Nego na galeria do seu celular e matou parcialmente a curiosidade de alguns, ao mostrar as poses do jacaré durante um banho de sol, dias atrás.
Mas o aposentado José Pardo tinha várias fotos de Nego na galeria do seu celular e matou parcialmente a curiosidade de alguns, ao mostrar as poses do jacaré durante um banho de sol, dias atrás.