A 2ª Vara do Trabalho de Araguari, na Região do Triângulo Mineiro, condenou a empresa Frigorífico Mataboi, com sede na cidade, a pagar R$ 10 mil a um trabalhador. A vítima teve uma doença de pele agravada por conta do ambiente gelado em que trabalhava na companhia, sempre sem proteção térmica, segundo a Justiça.
De acordo com a Justiça, o reclamante foi diagnosticado com ictiose lamelar, uma doença genética e rara que diminui a produção de suor no corpo. Além disso, a pessoa fica mais suscetível a sofrer com desidratação.
Segundo a decisão, a vítima já tinha a doença, mas ela foi agravada por causa das condições de trabalho no frigorífico. O homem começou presentando serviços no setor de estoque de carnes e depois foi encaminhado à desossa.
Nos dois setores, a Justiça conseguiu comprovar que ele trabalhava em temperaturas abaixo de 12°C e sem proteção térmica. Por isso, a doença foi agravada.
Quadro de depressão
A decisão da Justiça do Trabalho se baseou em laudo produzido por um perito médico. Na consulta, o profissional da saúde também constatou que o paciente enfrentava um quadro misto de depressão e ansiedade.
As limitações psicológicas, segundo a Justiça, podem estar ligadas ao agravamento da doença de pele.
Diante disso, o juiz condenou o Frigorífico Mataboi a pagar R$ 10 mil por danos morais.
A unidade de Araguari é a mais antiga do frigorífico, fundada em 1949. A Mataboi é uma das principais empresas do ramo no Brasil, com abatimento de bovinos para o mercado interno e exportação de carne de equinos para a Europa.