O analista de sistemas Rodrigo Roel Costa Junior, de 24 anos, disse ter sofrido racismo por parte de uma dona de clínica de estética, situada nas proximidades de um shopping de Uberaba, no Triângulo Mineiro. Em seu depoimento à polícia, ela negou o crime.
Rodrigo contou que no início da tarde desta terça-feira (27) tinha a intenção de marcar uma avaliação na clínica, mas foi impedido pela dona de entrar no estabelecimento e, por isso, registrou boletim de ocorrência na PM. “No local há câmeras de segurança que comprovam que ela não me deixou entrar. Eu queria ter registrado como racismo, mas registraram como: impede acesso a comércio/não serve cliente”, declarou Rodrigo.
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Revoltado com a situação, Rodrigo disse também que uma funcionária da clínica lhe disse que não é de costume as pessoas serem atendidas do lado de fora. “A moça me disse que eles costumam abrir a porta para os visitantes, os convidam para entrar e inicia uma conversa, falando sobre as consultas; o que não ocorreu comigo”.
Segundo informações do depoimento da dona da clínica, registrado pela PM, ela abordou Rodrigo de forma educada e que não permitiu a entrada dele no local, uma vez que ele não pediu para entrar no estabelecimento. Ela disse ainda que tem o hábito de abordar as pessoas na porta da clínica devido a pandemia da COVID-19. Sobre a ligação da mãe de Rodrigo, ela afirmou à PM ter marcado o horário porque algumas vezes pessoas desistem de agendamentos. Alegou também à PM que não praticou nenhum crime relacionado a discriminação quanto a raça ou cor da pele.