Um grito a favor das mulheres assassinadas por ex-companheiros ecoou em meio à celebração do Dia de Finados conduzida pelo arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor de Oliveira de Azevedo, no Parque Ursulina Andrade Mello, no Bairro Castelo, na Região da Pampulha. "Dom Walmor, reze pelas mulheres vítimas de femicídio", pediu a ativista pelos direitos das mulheres Solange Rodrigues Barbosa.
Solange levou uma faixa com os dizeres: "Zema ignora mulheres em situação de violência" e colocou na cerca de alambrado no entorno do parque. Ela afirmou que embora o número de feminicídios estejam aumentando, a política de assistência à mulher no governo de Romeu Zema retrocedeu.
Segundo ela, o Centro de Referência de Atendimento às Vítimas de Violência Doméstica, espaço importante de acolhimento às vítimas, foi sucateado. Solange reforçou a importância do espaço para as mulheres que, como ela, sofrem violações. "Vivi em situação de violência por 32 anos, mas consegui sair com o apoio do centro", afirmou.
Ao lembrar as vítimas da COVID-19, Arcebispo dom Walmor, presidente da CNBB, frisou que é importante 'semear sementes de amor e vida no coração do mundo'https://t.co/1MCTWD42YO pic.twitter.com/KmKJRldT4O
— Estado de Minas (@em_com) November 2, 2020
O protesto foi realizado no lado de fora do parque, porque não foi permitida a entrada de Solange. Então, no momento em que Dom Walmor plantava uma muda de pau-Brasil, em área próxima à cerca onde ela estava, ela gritou pedindo ao sacerdote que rezasse por todas as mulheres vítimas de violência. Não é a primeira vez que Solange realiza protesto em atos públicos. Ela também pediu visibilidade para a causa quando a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, esteve em compromisso público na capital.
A assessoria de imprensa da Arquidiocese de Belo Horizonte informou que para participar da celebração era necessário fazer o agendamento previamento e, por não ter feito o agendamento, Solange não pode entrar no parque. A assessoria também afirmou que se tratou de um ato religioso e não político. No entanto, segundo a assessoria, ela poderia ter entrado em contato antes com o pároco para apresentar a reivindicação.
A reportagem entrou em contato com a assessoria do Governo de Minas, mas ainda não recebeu retorno.