Jornal Estado de Minas

DISFARCE

Traficante que se passava por motorista de aplicativo é preso em BH


A prisão de dois suspeitos de tráfico de drogas leva a Polícia Civil de Minas Gerais a desvendar um disfarce de traficantes para despistar investigações e fugir de flagrantes. Um homem, de 33 anos, se passava por motorista de aplicativo, mas era atacadista do tráfico – tinha inclusive um esconderijo particular. Outro, de 39, seria o batedor do transporte das drogas. Ambos foram presos em flagrante.



Junto deles, duas mulheres, que a polícia ainda não sabe qual a participação delas no esquema – uma seria namorada do suposto motorista de aplicativo. Dois suspeitos estão foragidos.

As investigações tiveram início há cerca de um mês. Os policiais vigiavam o suposto motorista. Após receberam a informação de que um grande carregamento de drogas chegaria a Belo Horizonte, aumentaram a fiscalização.

Na quarta-feira (28 de outubro), prenderam o suspeito no Bairro São Gabriel, enquanto ele conversava com três homens. Do grupo, dois conseguiram fugir.

No interior do carro, foram encontradas barras de cocaína, que totalizavam cinco quilos da droga. Isso fez com que os policiais fossem à casa do suspeito. Lá encontraram uma mulher que se apresentou como namorada dele e descobriram que haveria um segundo endereço.

Seguiram então para o outro imóvel, um barracão no Bairro Candelária, na Região de Venda Nova. Na casa principal havia um casal, que alugava o imóvel dos fundos para o suspeito. Os proprietários nada sabiam.



Armazenamento das drogas


No interior desse barracão havia apenas um sofá, na sala. Mas nos quartos, diversas caixas, algumas fechadas e outras vazias, Foram encontradas 76 barras de maconha, que pesaram 50 quilos.

Segundo o delegado Rodolfo Machado, da 2ª Delegacia de Combate ao Narcotráfico, a estimativa é de que havia um carregamento muito maior, da ordem de 500 a 700 quilos.

O local era utilizado como armazém de drogas. O falso motorista de aplicativo era um atacadista do tráfico que atuava na região dos bairros São Gabriel e Candelária. Não promovia a venda no varejo, mas sim em grandes remessas, para traficantes da área.

Em buscas realizadas na casa do homem, os policiais encontraram ainda uma submetralhadora de fabricação caseira, além de material utilizado para a produção de armas.

O chefe do Denarc, Júlio Wilke, explica que “não é incomum, mas a gente percebe que quando chega a esse nível de organização do tráfico, ele já está efetivamente com uma boa clientela. Ele profissionalizou, de certa forma, a distribuição, tanto que locou esse imóvel distante da casa dele, acima de qualquer suspeita”.

Os presos serão indiciados por tráfico de drogas e associação para o tráfico. As duas mulheres, que estavam em companhia dos suspeitos, foram levadas até a delegacia e liberadas.

Segundo o Wilke, as investigações agora procurarão identificar quais eram os fregueses, aqueles para quem ele revendia a droga, e o envolvimento das mulheres.



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