Foi levado em estado grave para o Hospital João XXIII, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, um policial militar de 46 anos que foi ferido durante uma perseguição na Vila Biquinhas, Região Norte de Belo Horizonte. Segundo a corporação, ele foi empurrado e caiu de uma altura de 2 metros por um suspeito de tráfico, de 19 anos. Este último foi morto por militares enquanto tentava escapar. Com ele foi apreendido um revólver carregado.
De acordo com a Polícia Militar (PM), tudo começou na noite dessa terça-feira, quando militares do Grupo Especial de Policiamento em Áreas de Risco (Gepar) patrulhavam a região da vila em um local conhecido pelo intenso tráfico de drogas. Eles receberam uma denúncia informando que um homem estava vendendo entorpecentes no Beco São Tomás. Além das drogas, escondidas em uma sacola verde, ele estaria armado.
Chegando ao endereço, os militares avisaram uma pessoa com essas mesmas características. Esse homem fugiu com a aproximação deles, mas foi identificado como um traficante já conhecido nos meios policiais. Os policiais deram ordem de parada, mas ele continuou a fuga. Ao chegar na parte alta de uma escadaria da comunidade, o cabo que comandava a guarnição levou uma rasteira do suspeito e acabou caindo de cabeça de uma altura de dois metros pelos degraus.
O policial que estava com ele prestou socorro e o suspeito fugiu. O cabo bateu a cabeça com força no chão, o que resultou em um ferimento grave. Conforme o boletim de ocorrência, ele ficou inconsciente e chegou a ter convulsões. Os militares da equipe pediram reforços e solicitaram resgate. O cabo foi levado ao Hospital Risoleta Neves, em Venda Nova. Após um primeiro atendimento, ele precisou ser transferido para o João XXIII, onde deu entrada no bloco cirúrgico. A Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) não comunica o estado de saúde dos pacientes e, até o início da manhã, a Polícia Militar não tinha informações sobre a condição dele.
Suspeito é baleado na fuga e morre
Após o crime, militares do Gepar, da Rocca (Rondas Ostensivas Com Cães), do 13º Batalhão da PM e um helicóptero Pégasus foram empenhados nas buscas pelo suspeito. Ele não foi encontrado na casa dos pais, por onde os policiais passaram. O principal local da procura passou a ser um matagal na Vila Biquinhas, que foi totalmente cercado. Já era o fim da noite a chovia muito.
Em determinado momento, eles viram o homem escondido atrás de uma telha de zinco na beira de um córrego na área verde, mas ele saiu correndo. Consta no boletim de ocorrência que ele estava com uma sacola verde e um volume na cintura característico de arma de fogo.
Três policiais que participavam da ação viram o suspeito invadir o quintal de uma casa na Rua Coronel Fortes e o seguiram. Dentro do imóvel, nos fundos, havia um cômodo sem portas, uma espécie de porão. Eles entraram no local utilizando uma lanterna e ouviram o barulho de um objeto caindo e avistaram um vulto.
De acordo com o boletim de ocorrência, ao projetar o feixe de luz naquela direção, os policiais viram o suspeito com um revólver na mão e fazendo um movimento com o braço na direção dos militares, que atiraram. Depois do primeiro disparo, a lanterna saiu de foco, mas eles perceberam que o suspeito largou a arma e caiu. A sacola verde estava ao lado dele, assim com um revólver 38 com seis munições.
Conforme a PM, o suspeito tinha sinais vitais e estava consciente. Ele foi levado ao Hospital Risoleta Neves, onde morreu. O médico responsável pelo atendimento não soube precisar à PM quantos tiros o atingiram. Os moradores da casa onde o suspeito foi localizado disseram não ter presenciado o ocorrido, pois estavam fechados no imóvel por causa da chuva. Eles apenas disseram à polícia que ouviram latidos de um cão e o disparos.
A perícia da Polícia Civil e a Corregedoria da PM foram acionadas. Como é procedimento de praxe da corporação, as armas dos militares que atiraram no suspeito foram apreendidas e eles receberam voz de prisão, sendo encaminhados ao 13º Batalhão.
Ainda de acordo com a Polícia Militar, o suspeito morto usava tornozeleira eletrônica e tinha pelo menos nove passagens pela polícia por tráfico de drogas desde 2016, quando ainda era menor de idade.