Tão controversa quanto as eleições para presidente que ocorrem nos Estados Unidos foi a votação para escolha da nova administração do Conjunto Governador Kubitschek, mais conhecido como JK, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
O pleito ocorreu nesta quarta-feira (4), e os votos foram favoráveis à continuidade de Maria Lima das Graças, que já ocupa o cargo há 37 anos. Mas não havia nem 100 pessoas presentes e um clima de insatisfação no ar. Alguns moradores inclusive buscam formas de questionar a candidatura.
As eleições ocorreram às 14h, no parque esportivo do Cruzeiro, no Barro Preto, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. A expectativa era alta, mesmo com a baixa adesão dos moradores. A única chapa opositora, denominada "Nosso JK", afirma não ter tido tempo hábil para formalizar a concorrência.
Julieta Sueldo Boedo, que mora no JK e pretendia se candidatar, contou que o comunicado da assembleia foi divulgado na sexta (30/10), mas que ela mesma não havia recebido, até o momento, o convite em sua porta.
"Estamos trabalhando na chapa de oposição, pois logo vai completar 40 anos que é a mesma síndica. Não tenho problemas com ela, mas muitas coisas não funcionam bem. E mudar administração é democracia. É importante a alternância do governo para dar oportunidade a outras pessoas. Temos artistas, advogados, arquitetos... Pessoas muito interessantes e capazes de ocupar o cargo", argumentou a argentina, que acredita não ter sido convocada por estratégia da síndica.
O engenheiro Octavio Viggiano, de 39 anos, integra o "Nosso JK". Ele conta que ficou de fora da votação, sendo representado, por meio de procuração, por seu advogador. "A administração é muito arcaica. Entrei na chapa para mostrar uma opção de gestão mais moderna. É um prédio que tem um potencial maravilhoso. Os moradores ganham com isso, e os belo-horizontinos também", disse.
Dentro do auditório, o clima era de insatisfação. Pesquisa nas redes sociais mostrou que 82% dos 82 votantes disseram estar desapontados com o mandato da atual gestora.
Entre as propostas da oposiçaõ estão um diagnóstico do estado de todo o condomínio, das instalações, dos contratos, das contas, dos processos existentes; um síndico profissional especializado em gestão condominial; prestação de contas on-line e a requalificação do terminal turístico.
O Estado de Minas tentou contato com a administração do condomínio, mas não teve retorno até o fechamento desta edição.
"A permanência de um síndico por 37 anos na administração de um condomínio nos chama a atenção, contudo, é relevante considerar o que a convenção determina e quais foram as regras estabelecidas para a renovação do mandato. Essas questões devem ser analisadas no caso concreto, ou seja, verificando a convenção. (...) A alternância na administração do condomínio é salutar para o próprio condomínio, pois todos os condôminos devem ter a oportunidade de gerir aquilo que é seu na coletividade. Contudo, a realidade é outra, a maior dificuldade é exatamente a propositura espontânea de um condômino para assumir o cargo de síndico. Mas a pergunta a ser feita seria: por que os condôminos aceitaram esta situação? Quem se beneficiou com esta situação? Quais foram as regras definidas pelo condomínio para que esta situação permanecesse? Via de regra, o síndico permanece no cargo por dois mandatos. A alternância na administração de um condomínio garante a lisura de todas as gestões, sobretudo para que problemas sérios não sejam esquecidas."
O pleito ocorreu nesta quarta-feira (4), e os votos foram favoráveis à continuidade de Maria Lima das Graças, que já ocupa o cargo há 37 anos. Mas não havia nem 100 pessoas presentes e um clima de insatisfação no ar. Alguns moradores inclusive buscam formas de questionar a candidatura.
Confira: Condomínio JK faz eleição em clima de polêmica e intrigas
As eleições ocorreram às 14h, no parque esportivo do Cruzeiro, no Barro Preto, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. A expectativa era alta, mesmo com a baixa adesão dos moradores. A única chapa opositora, denominada "Nosso JK", afirma não ter tido tempo hábil para formalizar a concorrência.
Julieta Sueldo Boedo, que mora no JK e pretendia se candidatar, contou que o comunicado da assembleia foi divulgado na sexta (30/10), mas que ela mesma não havia recebido, até o momento, o convite em sua porta.
"Estamos trabalhando na chapa de oposição, pois logo vai completar 40 anos que é a mesma síndica. Não tenho problemas com ela, mas muitas coisas não funcionam bem. E mudar administração é democracia. É importante a alternância do governo para dar oportunidade a outras pessoas. Temos artistas, advogados, arquitetos... Pessoas muito interessantes e capazes de ocupar o cargo", argumentou a argentina, que acredita não ter sido convocada por estratégia da síndica.
O engenheiro Octavio Viggiano, de 39 anos, integra o "Nosso JK". Ele conta que ficou de fora da votação, sendo representado, por meio de procuração, por seu advogador. "A administração é muito arcaica. Entrei na chapa para mostrar uma opção de gestão mais moderna. É um prédio que tem um potencial maravilhoso. Os moradores ganham com isso, e os belo-horizontinos também", disse.
Dentro do auditório, o clima era de insatisfação. Pesquisa nas redes sociais mostrou que 82% dos 82 votantes disseram estar desapontados com o mandato da atual gestora.
Entre as propostas da oposiçaõ estão um diagnóstico do estado de todo o condomínio, das instalações, dos contratos, das contas, dos processos existentes; um síndico profissional especializado em gestão condominial; prestação de contas on-line e a requalificação do terminal turístico.
O Estado de Minas tentou contato com a administração do condomínio, mas não teve retorno até o fechamento desta edição.
Palavra de especialista
Claudiney José de Souza, membro da Comissão de Direitos Imobiliários da OAB/MG
"A permanência de um síndico por 37 anos na administração de um condomínio nos chama a atenção, contudo, é relevante considerar o que a convenção determina e quais foram as regras estabelecidas para a renovação do mandato. Essas questões devem ser analisadas no caso concreto, ou seja, verificando a convenção. (...) A alternância na administração do condomínio é salutar para o próprio condomínio, pois todos os condôminos devem ter a oportunidade de gerir aquilo que é seu na coletividade. Contudo, a realidade é outra, a maior dificuldade é exatamente a propositura espontânea de um condômino para assumir o cargo de síndico. Mas a pergunta a ser feita seria: por que os condôminos aceitaram esta situação? Quem se beneficiou com esta situação? Quais foram as regras definidas pelo condomínio para que esta situação permanecesse? Via de regra, o síndico permanece no cargo por dois mandatos. A alternância na administração de um condomínio garante a lisura de todas as gestões, sobretudo para que problemas sérios não sejam esquecidas."