De acordo com a prefeitura, a pessoa infectada esteve em viagem a trabalho em São Paulo. "Em respeito à ética, a prefeitura prefere não revelar a idade do paciente. Trata-se de uma mulher, que apresenta sintomas leves. Ela se encontra em isolamento domiciliar", informou a assessoria de imprensa.
A prefeitura publicou nota nas redes sociais e pediu calma à população. “Todas as providencias necessárias já foram tomadas pela equipe de saúde. Casos suspeitos, confirmados e descartados são notificados no boletim para conhecimento de todos", afirma o comunicado. A cidade tem agora um caso confirmado do novo coronavírus e outros cinco suspeitos.
São Tomé das Letras entra nas estatísticas
São Tomé das Letras era a única cidade do Sul de Minas que permaneceu quase oito meses sem nenhum caso confirmado do novo coronavírus. Com essa moradora infectada, apenas duas cidades seguem sem registros de COVID-19 em Minas: Pedro Teixeira, na Zona da Mata, e Cedro de Abaeté, na Região Central.
O município chegou a ter casos suspeitos em agosto, depois que um médico infectado, de outra cidade, fez atendimento no local. De acordo com a prefeitura, 15 pacientes ficaram em isolamento domiciliar até a divulgação do resultado dos exames. “Os moradores estavam assintomáticos. Todos os testes deram negativo”, informou a assessoria de imprensa.
Com pouco mais de 6 mil habitantes, São Tomé se manteve fechada para turistas desde o começo da pandemia. O decreto barrando a entrada de visitantes foi prorrogado a cada mês. “Enquanto isso, o setor de Turismo elaborou um plano para a retomada consciente do comércio local e, posteriormente, pretendia promover uma volta gradual de turistas na cidade”, ressalta a assessoria.
Em 6 de outubro, um grupo de empresários obteve liminar na Justiça pedindo a volta de turistas na cidade. O documento foi expedido pela juíza Fernanda Machado de Souza Leite, da 2ª Vara Cível da comarca de Três Corações. A magistrada entendeu que a cidade se enquadra na onda amarela do Programa Minas Consciente, do governo do estado, e, por isso, tem condições de fazer a retomada do turismo.
"A concessão da liminar foi dada sem que a prefeitura nem sequer fosse ouvida, invalidando todos os atos administrativos do município no combate à propagação da COVID-19”, disse a prefeita Marisa Maciel (PT).
Moradores protestaram contra a decisão da Justiça, e a prefeitura recorreu. "A cidade ainda não tem condições de reabrir para o feriado. A população está em pânico. Esse mandado de segurança foi feito pela minoria de empresários na cidade, que já protestaram para pedir essa reabertura", informou a prefeitura por meio da assessoria de imprensa.
A liminar chegou a ser suspensa pelo presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), Gilson Soares Lemes. Mas o pedido de suspensão foi negado pela desembargadora-relatora, Maria Inês Souza, nos autos do recursos do agravo de instrumento, e, em 15 de outubro, a cidade voltou a receber turistas.
Excursões proibidas
Com a liminar, a prefeitura publicou novo decreto em 15 de outubro, que permite apenas 20% da ocupação em hotéis e pousadas. Além disso, a prefeitura criou a Central COVID-19 para controlar a entrada de turistas na cidade. Os visitantes precisam preencher um formulário e comprovar hospedagem com antecedência de, pelo menos, 48 horas.
Nesse primeiro momento, os pontos turísticos, áreas de camping, hostels, casas de temporada e rodoviária permanecem fechados, por isso, as excursões e circulação de ônibus intermunicipais estão suspensas.
Segundo o documento, restaurantes e lanchonetes estão funcionando como delivery para atender aos moradores da cidade. O distanciamento social, o uso de máscara e higiene das mãos foram mantidos.