A semana começou em Belo Horizonte com o número médio de transmissão do coronavírus por infectado retornando à zona de alerta. E o mais recente boletim do Monitoramento COVID Esgotos, divulgado nesta sexta (6), mostra que a estimativa de casos na cidade aumentou quase seis vezes em apenas uma semana.
Para efeito de comparação, o balanço anterior trazia uma estimativa de 80 milpessoas infectadas pelo vírus com base nas amostras colhidas em esgotos.
Nesta semana, porém, o número disparou para 450 mil pessoas. E o informe alerta para a possibilidade de um novo crescimento na semana epidemiológica 44, fechada no último dia 30.
Os dados da semana 44 não fazem parte do levantamento porque “estão sendo feitas verificações para confirmação das concentrações virais”.
Além disso, o monitoramento alerta para a concentração de amostras positivas para o novo coronavírus nas sub-bacias 1 (Córrego Jatobá), 2 (Córrego dos Pintos) e 3 (Córrego Leitão) do Ribeirão Arrudas.
Essas sub-bacias estão localizadas, respectivamente, nas regionais do Barreiro, Oeste e Centro-Sul. Portanto, englobam os bairros com mais mortes e casos confirmados de COVID-19 na capital mineira: o Lindeia (Barreiro) e o Buritis (Oeste).
Já no caso do Ribeirão do Onça, as maiores concentrações de amostras positivas para o novo coronavírus aconteceram nas sub-bacias 1 (córregos Ressaca e Sarandi), 4 (Córrego Santa Amélia) e 5 (Córrego Vilarinho).
Portanto, as regiões mais afetadas foram a Pampulha nas sub-bacias 1 e 4 e Venda Nova na sub-bacia 5.
Com isso, apenas as regionais Noroeste, Nordeste, Norte e Leste de Belo Horizonte não concentram grande quantidade de amostras positivas.
Curiosamente, as regionais Noroeste e Nordeste são as duas que mais computam mortes pela doença até esta sexta em BH.
Contagem
O Monitoramento COVID Esgotos estima uma população infectada de 100 mil pessoas no município de Contagem, localizado na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Para efeito de comparação, o levantamento informava uma estimativa de 80 mil pessoas infectadas nessa cidade há cerca de um mês.
“Os resultados do monitoramento dos esgotos indicam que também houve aumento nas semanas epidemiológicas 43 e 44 nestas regiões em relação as semanas anteriores”, esclarece o boletim.
A pesquisa
O projeto-piloto é uma iniciativa conjunta da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estações Sustentáveis de Tratamento de Esgoto (INCT ETEs Sustentáveis/UFMG).
Esses órgãos contam com a parceria da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) e da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES).