Um dia antes do previsto, foi retirado neste domingo (8) em Pirapora, na Região Norte do estado, o legendário vapor Benjamim Guimarães do leito do Rio São Francisco. O objetivo é começar em seguida o restauro da embarcação histórica. Segundo informou na tarde deste domingo (8) o secretário estadual de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, o nível baixo das águas dificultou o trabalho inicial de puxar para a margem o barco datado de 1913 e tombado desde 1985 pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha).
Nesta segunda-feira (9), o vapor será colocado na doca para restauração. "Não ocorreu nenhum dano durante o processo a não ser uma pequena cisão no casco, mas de acordo com o projeto, todo o casco será substituído, condição inclusive para a liberação da embarcação para voltar a navegar. Tudo previsto apesar das dificuldades inerentes a todo o processo", explicou Leônidas na tarde deste domingo (9).
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Embarcação histórica com sistema de propulsão a vapor que usa lenha como combustível, o Benjamim Guimarães receberá serviços como a recuperação e substituição da estrutura do casco, das estruturas em madeira, incluindo pisos, divisórias, esquadrias e escadas. Também serão feitas novas instalações elétricas, hidrossanitárias e de prevenção e combate a incêndio e pânico, além de recuperação dos sistema de governo, telégrafo e das máquinas alternativas de propulsão.
“A ação de reforma e restauração do Vapor Benjamim Guimarães é um marco para o turismo e a cultura não só da região, mas de Minas e do Brasil. A história desta embarcação é relacionada diretamente com o processo de implantação da navegação comercial no Rio São Francisco entre a segunda metade do século 19 e meados do século 20, participando como referência fundamental na paisagem do rio e na memória cultural coletiva local, regional e nacional”, destacou Leônidas Oliveira.
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A ação de reforma e restauração da embarcação incluída no âmbito do Projeto Estratégico Minas Cultural, do governo de Minas, teve seus recursos viabilizados a partir de convênio firmado com a União, por intermédio do Iphan.
HISTÓRIA A embarcação foi construída em 1913, pelo estaleiro norte-americano James Rees e Sons e navegou alguns anos no Rio Amazonas sendo transferido para o Rio São Francisco a partir de 1920.
Transportou turistas pelo rio, sendo o único em funcionamento. Com capacidade para transportar até 140 pessoas, entre tripulantes e passageiros, ao vapor é permitido navegar em rio, lago e correnteza que não tenham ondas ou ventos fortes.
Como características construtivas, o bem cultural é uma embarcação fluvial de popa quadrada, com máquina à vapor de 60 cavalos de potência alimentada por lenha, e com uma capacidade máxima de estocagem de 28 toneladas de combustível.
O sistema de propulsão é o de roda de pás localizado na popa, capaz de atingir até 6,5 nós de velocidade máxima. O peso descarregado é de 243,42 toneladas, podendo ainda ser acrescido de mais de 66 toneladas, possui 43,85 metros de comprimento total e 7,96 metros de largura.
Benjamim Guimarães é um dos últimos no mundo e tem sua história relacionada diretamente com o processo de implantação da navegação comercial no Rio São Francisco entre a segunda metade do século 19 e meados do século 20, participando como referência fundamental na paisagem do rio e na memória cultural coletiva local, regional e nacional.
Por recomendação da Capitania dos Portos teve suas atividades interrompidas em 2015, desde então aguarda recuperação de sua estrutura para retomar sua atividade.