Wellington Clair estava afastado do cargo de delegado para tentar a reeleição como vereador em São Gonçalo do Sapucaí. Ele foi preso durante Operação Ilusionista, no fim do mês passado. O trabalho é uma continuação da Operação Êxodo 23, que combateu crimes no Departamento de Trânsito (Detran), envolvendo funcionários e despachantes em Varginha e Elói Mendes.
As investigações concluíram que Clair estava no comando dessa organização criminosa. De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ele é suspeito de cometer crimes como lavagem de dinheiro, organização criminosa e usurpação da função pública.
“Ele está preso em dois processos, um em São Gonçalo do Sapucaí e outro em Elói Mendes. Como são dois processos, ele entrou com dois pedidos de liberdade. Com base nas alegações do advogado dele, o tribunal não verificou nenhuma ilegalidade de prisão”, explica Igor Serrano, promotor de Justiça.
Envolvimento em outros crimes
O Gaeco também apontou ligação do empresário com a prática de crimes como contrabando de cigarros e jogo do bicho. Segundo o Gaeco, o envolvimento aconteceu entre 2014 e 2017, quando Clair atuava como delegado, em São Gonçalo do Sapucaí.
A suspeita foi alvo da Operação Delta, um trabalho que teve a participação do Ministério Público Federal (MPF), Polícia Federal e Receita Estadual. De acordo com o MP, as investigações apontaram que o delegado utilizava do conhecimento e do poder para obter vantagens ilícitas.
O empresário não teve o nome revelado pelo MP por causa de um acordo de delação na Operação Ex-Fumo.
Defesa
Ainda segundo o Gaeco, o ex-delegado segue detido em Belo Hosrizonte até a Justiça julgar o mérito. O Jornal Estado de Minas tentou contato com a defesa de Clair, mas, até o momento, não obteve retorno.