Motoristas que trafegam pela MG-10 com destino ao aeroporto internacional de Belo Horizonte, na Grande BH, e adjacências, reclamam de falhas na iluminação da rodovia. Em algumas partes do trecho, a via está completamente às escuras. Luz mesmo, só a dos faróis dos veículos. Com isso, cresce a insegurança entre os usuários.
Quem também vai muito ao aeroporto internacional de BH a trabalho é Jardel Jerônimo dos Santos, de 30. Ele, que atua no ramo da logística, afirma que o problema de iluminação na MG-10 vem de longa data. A reportagem apurou que desde 2019, pelo menos, a rodovia sofre do problema.
O caminho para quem vai ao aeroporto internacional também passa pela LMG-800, logo depois da entrada de Lagoa Santa. Lá, de acordo com motoristas ouvidos pela reportagem, a iluminação também é precária. O trecho só volta a ter postes em funcionamento regular nas proximidades do terminal.
Os trechos mais críticos estão localizados entre Vespasiano e Lagoa Santa. Logo depois que acaba a parte gerida por Belo Horizonte, começa a de Vespasiano, próximo da bifurcação que separa a continuação da MG-10 com o início da MG-424, sentido Pedro Leopoldo. “É perigoso, porque você vem com a iluminação boa de Belo Horizonte, e quando você cai ali a vista até embaralha”, disse Bernardo Faria, de 35 anos.
Bernardo é motorista e, com frequência, vai de Belo Horizonte até o aeroporto internacional levar ou buscar passageiros. Ele relatou a insegurança de trafegar na via com diversos postes de iluminação apagados, uma vez que, dessa forma, fica difícil enxergar buracos, por exemplo. “Muita escuridão. E é cachorro na pista, é pedestre atravessando no escuro, buraco, e você não consegue ver”, afirmou.
A situação fica ainda mais grave quando chove, uma vez que a visibilidade, que já é precária em condições normais, fica ainda mais comprometida. “Ontem (quarta-feira), quando fui para o aeroporto de Confins, estava muito escuro e chovendo, então tem que ter atenção triplicada, pois a situação está crítica há muito tempo”, relatou Jardel.
Já Moisés Magno, de 39, que trabalha na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, sai todos os dias de São José da Lapa, também na região metropolitana, de carro. Assim como Bernardo, ele contou que o trecho após a Cidade Administrativa é o mais crítico, tendo, inclusive, presenciado acidentes. “A marginal, além de ser escura, tem muito ponto cego, o que piora a visibilidade. É comum ver muitas batidas de carros que estão saindo da pista indo para a marginal, e vice-versa”, destacou.
Para Moisés, a visibilidade precária atrapalha, também, na percepção do motorista ao detectar possíveis diferenças na pista, o que pode resultar em acidentes. “A pista da esquerda é de cimento, acho que o cimento é mais liso. Então, quando você muda de pista, você sente a diferença. Mas aí vem o problema: se o motorista não é muito experiente, quando muda de pista o carro pode perder um pouco do equilíbrio e acaba batendo a lateral no guard-rail.”
Ao Estado de Minas, Moisés gravou um vídeo mostrando como é a vida de quem utiliza a MG-10 no período noturno. Nas imagens, é possível perceber que a grande maioria dos postes estão sem iluminação.
Ao Estado de Minas, Moisés gravou um vídeo mostrando como é a vida de quem utiliza a MG-10 no período noturno. Nas imagens, é possível perceber que a grande maioria dos postes estão sem iluminação.
Com falhas de iluminação, diversos trechos da MG-10, na Grande BH, ficam no escurohttps://t.co/VwexdyCwBS pic.twitter.com/fMagCCNvVz
— Estado de Minas (@em_com) November 13, 2020
Em contato com a reportagem, a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra) e a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) disseram que o serviço de iluminação pública é de responsabilidade dos municípios.
As prefeituras de Vespasiano e Lagoa Santa foram procuradas, mas até o fechamento da matéria não haviam se manifestado.