O bambu, matéria prima fácil de encontrar na área rural de Manhuaçu, foi fundamental para a construção de miniestações de tratamento de esgoto doméstico. O projeto, que atendeu 413 famílias, foi desenvolvido pela Emater-MG no início em 2018 e está chegando à fase final, beneficiando cerca de 1600 pessoas diretamente.
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De acordo com a extensionista da Emater, Katya Louzada, o sistema de tratamento de água é simples e vem apresentando resultados surpreendentes, tanto na qualidade de vida das famílias beneficiadas, como para prevenir a contaminação do solo e de fontes de abastecimento de água. “Mais barata, eficiente, sustentável, com maior durabilidade e sem necessidade de manutenção. Até hoje não temos nenhuma unidade que precisou de manutenção. Existem unidades com mais de 20 anos, conta.
Na cidade de Manhuaçu, a maioria das comunidades rurais foi atendida pelo projeto, e segundo a especialista em desenvolvimento sustentável, a comunidade do Manhuaçuzinho foi a mais assistida. “No local passa o córrego Manhuçuzinho, uma sub-bacia hidrográfica do rio Manhuaçu que abastece a maior parte do município. Antes da miniestação, os resíduos eram tratados em fossa negra, uma forma mais primitiva de saneamento, ou a céu aberto”.
Ainda segundo Katya, a montagem dura em torno de 4 horas e o bambu é retirado um dia antes. “Ele é a peça fundamental da estação de tratamento porque ajuda na decomposição dos materiais orgânicos”.
Além do bambu são necessárias bombonas plásticas, mais fáceis de transportar e que facilitam a instalação de tubulações de PVC. O material ficam em cerca de R$700,00. Para atender uma família de cinco pessoas, o mais comum são quatro bombonas. “A mão de obra fica por conta dos próprios agricultores, que executam a construção com orientação dos técnicos da Emater. A gente faz um dia de demonstração na comunidade e quem tem mais facilidade ajuda os outros moradores”.