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Estado de Minas SANEAMENTO

Esgoto doméstico em áreas rurais de Manhuaçu é tratado com miniestações

Sistema de tratamento de água é mais barato, eficiente, sustentável, com maior durabilidade e sem necessidade de manutenção


13/11/2020 07:25 - atualizado 13/11/2020 23:54

Bambu funciona como filtro que ajuda na decomposição dos materiais orgânicos(foto: Foto:divulgação/Emater-MG)
Bambu funciona como filtro que ajuda na decomposição dos materiais orgânicos (foto: Foto:divulgação/Emater-MG)

O bambu, matéria prima fácil de encontrar na área rural de Manhuaçu, foi fundamental para a construção de miniestações de tratamento de esgoto doméstico. O projeto, que atendeu 413 famílias, foi desenvolvido pela Emater-MG no início em 2018 e está chegando à fase final, beneficiando cerca de 1600 pessoas diretamente.

Agora, o pomar do produtor agrícola, José Carlos Sampaio, está cheio de frutas e verduras. Há cerca de dois anos, quando foi construída a miniestação de tratamento de esgoto, o produtor passou a usar a água tratada para regar os pés de laranja, limão e abacate consumidos pela família.

“Antes não regava, então eram menos frutas, mas hoje vejo que o maior benefício foi para o meio ambiente. A miniestação faz bem ao meio ambiente pois a água que usamos nos afazeres de casa é levada para ser tratada e sai no final bem limpa. Na época da seca usamos só a água tratada e no período chuvoso ela é escoada”. 
José Carlos agora ele colhe frutos em abundância (foto: Foto: divulgação/José Carlos)
José Carlos agora ele colhe frutos em abundância (foto: Foto: divulgação/José Carlos)


De acordo com a extensionista da Emater, Katya Louzada, o sistema de tratamento de água é simples e vem apresentando resultados surpreendentes, tanto na qualidade de vida das famílias beneficiadas, como para prevenir a contaminação do solo e de fontes de abastecimento de água. “Mais barata, eficiente, sustentável, com maior durabilidade e sem necessidade de manutenção. Até hoje não temos nenhuma unidade que precisou de manutenção. Existem unidades com mais de 20 anos, conta.  

Na cidade de Manhuaçu, a maioria das comunidades rurais foi atendida pelo projeto, e segundo a especialista em desenvolvimento sustentável, a comunidade do Manhuaçuzinho foi a mais assistida. “No local passa o córrego Manhuçuzinho, uma sub-bacia hidrográfica do rio Manhuaçu que abastece a maior parte do município. Antes da miniestação, os resíduos eram tratados em fossa negra, uma forma mais primitiva de saneamento, ou a céu aberto”.

Aulas de demonstração ensinam os agricultores na construção a própria miniestação de tratamento(foto: Foto: divulgação/Emater-MG)
Aulas de demonstração ensinam os agricultores na construção a própria miniestação de tratamento (foto: Foto: divulgação/Emater-MG)
 
Ainda segundo Katya, a montagem dura em torno de 4 horas e o bambu é retirado um dia antes. “Ele é a peça fundamental da estação de tratamento porque ajuda na decomposição dos materiais orgânicos”.

Além do bambu são necessárias bombonas plásticas, mais fáceis de transportar e que facilitam a instalação de tubulações de PVC. O material ficam em cerca de R$700,00. Para atender uma família de cinco pessoas, o mais comum são quatro bombonas.  “A mão de obra fica por conta dos próprios agricultores, que executam a construção com orientação dos técnicos da Emater. A gente faz um dia de demonstração na comunidade e quem tem mais facilidade ajuda os outros moradores”. 


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