Jornal Estado de Minas

FAUNA

Vídeo: onça jaguatirica é filmada atravessando a BR-381

Câmeras de monitoramento do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), capturou imagens de animais silvestres utilizando as passagens subterrâneas construídas na BR-381. Uma jaguatirica foi filmada pela primeira vez na região. Os registros foram feitos entre junho e outubro de 2020 em trechos da rodovia federal nos municípios de Antônio dias (km 305) e Caeté (km 423).







A onça utilizou os chamados “passa-faunas” para fazer a travessia da rodovia. São estruturas construídas embaixo das pistas para que os animais possam transitar com segurança. O monitoramento é feito pelo consórcio Skill-MPB Engenharia, gestora ambiental do empreendimento, utilizando câmeras de acionamento automático deixadas nas entradas com sensor de movimento.  


O biólogo da Skill MPB Engenharia, Matheus Silva Lage, conta que este foi o primeiro registro da jaguatirica no local. “Este trecho de Antônio Dias possui vários fragmentos de Mata Atlântica que é o habitat dessa onça. A rodovia passa por dois biomas como a Mata Atlântica e o Cerrado que é mais próximo a região de Belo Horizonte, mas a maior parte é de Mata Atlântica. Então é comum este tipo de animal estar presente nessas matas, mas esse foi o primeiro registro da jaguatirica que nós fizemos”. Ainda segundo o biólogo, pelas análises das imagens, trata-se de uma espécime macho de jaguatirica com porte adulto. 
 
Ao todo, entre 2017 e 2019, os passa-faunas foram construídos em 62 pontos diferentes nos trechos duplicados da BR-381 em Minas Gerais. Além das galerias, as passagens também recebem a instalação de cercas condutoras, que orientam os animais a seguir para o caminho certo. A escolha desses pontos é determinada de acordo com o monitoramento de atropelamento de animais, além disso, há avaliação das áreas onde considera os animais da região, a proximidade de recursos hídricos e de fragmentos florestais que possam ser conectados.
 
“As passagens de fauna são essenciais para a preservação da biodiversidade. Alguns trechos da rodovia que cortam fragmentos florestais acaba formando uma barreira física para diversas espécies, deixando-as isoladas de outras populações e de recursos forrageiros. A construção desses dispositivos minimizam o impacto das rodovias sobre a fauna silvestre, promovendo a conectividade entre os habitats e permitindo que os animais transitem de um lado para o outro da rodovia de forma segura”, pontua Lage. 

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