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Estado de Minas Último aviso

Moradora do Bairro Buritis recebe bilhete com ameaças aos seus cachorros

Os recados anônimos são deixados na caixa de correio do prédio, avisando que os animais vão pagar pela falta de respeito dos donos


17/11/2020 18:08 - atualizado 17/11/2020 22:09

Nina (foto: Arquivo pessoal)
Nina (foto: Arquivo pessoal)
Latidos de cachorro são temas de constantes discussões e brigas entre vizinhos. Mas, em um prédio no Bairro Buritis, Região Oeste de Belo Horizonte, o problema se tornou mais grave. Uma moradora tem recebido bilhetes com ameaças contra seus animais, vindos de algum vizinho incomodado com o barulho

Ana Amélia Braga é a dona das três cadelas da raça border collie, Sheeva, Nina e Lua, e de uma shih-tzu, a Julie. Ela conta que os recados têm sido recorrentes. “O último foi a menos de um mês. Eles são colocados na caixa de correio do prédio, ameaçando e reclamando do barulho. A gente já perguntou aqui no prédio se incomoda os nossos vizinhos e eles não têm reclamações a respeito do barulho”, explica. 

Bilhete com as ameaças aos cães(foto: Reprodução/Facebook)
Bilhete com as ameaças aos cães (foto: Reprodução/Facebook)
Segundo a moradora, se trata sempre da mesma pessoa, pois as cartas são escritas à mão e a letra é idêntica em todas elas. “No nosso prédio só tem cachorro aqui e no apartamento de baixo, mas ele foi adquirido há pouco tempo. Então, com certeza é aqui pra minha casa, a reclamação”. Ana Amélia conta ainda que o prédio tem câmera. Por isso, dá última vez, eles conseguiram a imagem de um homem. Mas, não é possível identificá-lo. “Ele está de máscara, usa óculos e eu nunca vi essa pessoa aqui na rua”. 

Sheeva(foto: Arquivo pessoal)
Sheeva (foto: Arquivo pessoal)
Ela fez uma postagem no grupo Meu Bairro Buritis, no Facebook, com o último bilhete que recebeu, na tentativa de identificar essa pessoa. “Estamos olhando nas câmeras pra ver se a gente consegue uma imagem melhor do rosto da pessoa. Porque, sem os dados dele, um boletim de ocorrência pouco vai adiantar. A postagem no grupo foi também no intuito de a pessoa ver que a gente está atento a isso também. Não estamos recolhidos, nem com medo dele, não”, enfatiza.
 

Último aviso

 
No bilhete postado no grupo, a pessoa que assina como “Moradores da rua” diz que é o último aviso e que, como eles não levaram os anteriores a sério, devem se preparar para o pior. Fala que os cachorros vão começar a receber “presentinhos” deliciosos pela janela, varanda ou no chão da garagem e que, infelizmente, eles vão pagar pela falta de respeito dos donos. 
 
Diante das ameaças, Ana Amélia está deixando a área externa da cobertura fechada para as cadelas não irem até lá sozinhas. “A gente abre na parte da manhã pra elas fazerem as necessidades e a sacada também estamos mantendo fechada para elas não se aproximarem pra latir na rua”. O apartamento é cercado por dois prédios laterais e um ao fundo. A preocupação da moradora é que algum vizinho possa jogar alimentos na cobertura, sem que ela perceba, e as cadelas acabem comendo. 

Lua (foto: Arquivo pessoal)
Lua (foto: Arquivo pessoal)
“Ninguém nunca veio falar com a gente pessoalmente, são sempre essas cartas anônimas. Não existe, da nossa parte, a intenção de ficar incomodando a vizinhança. A gente tem cuidado com os animais, elas são bem tratadas, não ficam presas. Elas nunca ficam sozinhas, nem durante a semana ou no final de semana. Sempre tem gente em casa", explica. "O latido é uma coisa natural. O cachorro ouviu um barulho, ele vai latir. Se eu tivesse a opção de adestrar, eu pagaria. Mas é um serviço caro. Não é um latido que acontece após as 22h, não é uma coisa que perturba o sono dos outros ou que seja constante. Eu nunca as deixo  latindo na varanda, é uma coisa natural.”


*Estagiária sob supervisão da editora Liliane Corrêa


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