Jornal Estado de Minas

METEOROLOGIA

Não esqueça o guarda-chuva: previsão de tempestade continua em Minas


A combinação de calor e umidade tem provocado fortes chuvas nos últimos dias, assim como a que ocorreu nessa terça-feira (17) em várias partes de Minas Gerais. E a notícia dos meteorologistas é para não abandonar o guarda-chuva. A previsão é de mais água em Belo Horizonte nesta quarta-feira (18) e tempestades em parte de Minas.





Na capital, a previsão da Defesa Civil indica que o dia será de céu nublado com pancadas de chuva, raios e rajadas de vento ao longo do dia. A temperatura mínima foi de 16°C e a máxima estimada é de 28ºC. A umidade relativa mínima do ar fica em torno de 55% à tarde.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o avanço de uma frente fria pelo litoral da Região Sudeste do Brasil contribui para a intensificação das áreas de instabilidade sobre o estado e consequentemente favorece os temporais localizados.

Por causa disso, as temperaturas também devem cair no Sul e Zona da Mata mineira nas próximas 24 horas.

Atenção

O Inmet emitiu três avisos meteorológicos para o estado. O primeiro deles é um alerta de tempestades (de 20 a 30mm/h ou até 50 mm/dia), queda de granizo e rajadas de vento (de 40 a 60 km/h) em áreas isoladas da Zona da Mata.





Áreas isoladas do Noroeste, Norte, Jequitinhonha e Mucuri podem esperar por chuvas intensas (de 30 a 60mm/h ou 50 a 100 mm/dia).

O mesmo tipo de chuva forte, porém acompanhada de raios e rajadas de vento (acima de 60 km/h) podem ocorrer no Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba, Centro-Oeste, Sul/Sudoeste, Metropolitana, Central Mineira, Campo das Vertentes e Rio Doce.

Chuveu muito

Nessa terça-feira (17), o mau tempo fez com que voos do Aeroporto de Confins fossem alternados para outros destinos. Pelo menos 10 aeronaves tiveram que pousar em outros lugares por causa da chuva forte que atingiu BH e região metropolitana.

No início da noite houve granizo na capital e a Avenida Vilarinho precisou ser interditada para evitar tragédias em caso de alagamento.



Obras na Avenida Vilarinho continuam (foto: Leandro Couri/EM/D.A. Press)


Mais tarde, a chuva se concentrou nas regiões do Barreiro e Oeste. A Avenida Tereza Cristina também foi interditada por risco de transbordamento do Córrego Ferrugem e Ribeirão Arrudas.

No Sul de Minas também houve chuva de granizo. Dessa vez, acompanhada de alagamentos e quedas de árvores. Em Ilicínea, a força do vento chegou a arrancar a estrutura metálica de uma obra.

De terça até às 5h30 desta quarta-feira, a Defesa Civil de BH recebeu 23 solicitações de vistorias de risco via telefone 199. A maioria dos pedidos foram para vistorias em imóveis particulares nas regionais Leste e Centro-Sul. Nessas regiões foram 16:

  • Abatimento de piso: 3
  • Desabamento parcial de muro de arrimo: 1
  • Enchentes ou inundações: 1
  • Risco de danificação ou destruição de habitações: 2
  • Risco de destruição ou desabamento de muro: 1
  • Trincas: 5
  • Trincas e rachaduras em muro: 3
 

Chuva acumulada

As regiões que mais registraram alto volume de chuva nas últimas horas foram a Leste e Venda Nova. Confira o balanço da Defesa Civil de BH acompanhado da quantidade em relação à média climatológica para o mês de novembro (239,8 mm, segundo o Inmet):

ACUMULADO DE CHUVAS (mm), nas últimas 12 horas. Em 18/11/2020 às 5h30:
 
  • Barreiro: 27.2 (11,3%)
  • Centro Sul: 36.8 (15,3%)
  • Leste: 69.8 (29,1%)
  • Nordeste: 26.4 (11,0%)
  • Noroeste: 36.2 (13,4%)
  • Norte: 20.0 (8,3%)
  • Oeste: 30.0 (12,8%)
  • Pampulha: 20.6 (8,6%)
  • Venda Nova: 50.6 (21,1%)

ACUMULADO DE CHUVAS (mm) em NOVEMBRO até 5h30 do dia 18:

  • Barreiro - 129,0 (53,8%)
  • Centro Sul - 194,8 (81,2%)
  • Leste - 215,8 (90,0%)
  • Nordeste - 162,4 (67,7%)
  • Noroeste - 108,4 (45,2%)
  • Norte - 116,4 (48,5%)
  • Oeste - 133,2 (55,5%)
  • Pampulha - 88,8 (37,0%)
  • Venda Nova - 155,4 (64,8%) 

Estragos da chuva

Em Betim, a chuva é a principal suspeita da razão do tombamento de um prédio de cinco andares que estava em construção. A Defesa Civil do município foi acionada na madrugada desta quarta-feira (18) por causa do risco de desabar.



'Filme de terror', desabafa vizinha de prédio com risco de desmoronar em Betim

Ainda durante a manhã, a estrutura do prédio apresentava estalos e estava cedendo. O local foi isolado e 15 famílias vizinhas foram retiradas de suas casas.

Prédio com risco iminente de desabar (foto: Edesio Ferreira/EM/D.A. Press)


Segundo o órgão municipal, na noite anterior (17), caiu em Betim 75 mm de chuva, concentrados em pouco mais de uma hora. Até às 11h, foram recebidos 20 chamados, sete já haviam sido atendidos e os demais seriam acolhidos ao longo da manhã.

Foram registrados pontos de alagamento, transbordamento de córregos nas avenidas Juiz Marco Túlio Isaac e Edmeia Matos Lazzarotti, queda de um muro e de árvores e invasão de água em residências nos bairros Sítio Poções e Icaivera.





Desde o início da madrugada, os níveis do Rio Betim e do Riacho da Areias estão normalizados e seguem sendo monitorados. A Defesa Civil também monitora a barragem Várzea das Flores que está abaixo do limite e não oferece risco.

Em Contagem, o volume de precipitação foi de 50 milímetros acumulados durante 40 minutos, segundo a prefeitura. Na manhã desta quarta-feira (18), equipes de manutenção municipal fizeram a limpeza das vias em pelo menos 25 pontos de alagamento e a desobstrução das bocas de lobo e bueiros.

Segundo a Defesa Civil de Contagem, não houve registro de desabamento de encostas e de casas. Apenas alagamentos em algumas moradias: a chuva entrou, porém baixou rapidamente.

audima