O professor Cristiano Mauro Assis Gomes, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que foi uma das vítimas de intoxicação provocada por uma cerveja produzida pela Backer, voltou a ser hospitalizado neste mês em Belo Horizonte. Cristiano, que, em setembro, havia recebido um rim da esposa, Flávia Schayer, contraiu citomegalovírus e agora há a suspeita de o órgão ter sido rejeitado pelo organismo.
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Já nessa terça-feira (17), Flávia, também pelas redes sociais, disse que o marido estava sendo bem avaliado e que de domingo para segunda o professor apresentou febre e que a creatinina - resíduo produzido pela quebra de uma proteína chamada creatina fosfato - havia aumentado. Quando constata-se creatinina alta, significa que os rins não estão funcionando corretamente. Por isso, existe a suspeita de que o órgão tenha sido rejeitado. Uma biópsia foi realizada ainda nessa terça em Cristiano. O resultado, de acordo com Flávia, deve sair no fim desta semana.
"Não dormi. Passei a madrugada rezando. Deus vai escutar nossas preces", publicou a esposa do professor, que constantemente compartilha mensagens de esperança nas redes sociais. "Este vírus vai ser só mais um desafio a ser superado nesse ano de 2020. Ano que vem, 2021, tudo isso vai ter ficado para trás", escreveu Flávia.
Durante a internação de Cristiano, Flávia também tem publicado diversas imagens do professor. Em uma delas, a vítima de intoxicação aparece tocando uma guitarra, com a seguinte legenda na imagem: “Eu e minha guitarra para suportar a dor do insuportável.”
Intoxicação
Cristiano tomou cerca de 30 garrafas da Belorizontina ao longo do mês de dezembro. No dia 30 de novembro, ele já havia consumido sete em uma festa num sítio de amigos e passou mal. Depois disso, ele bebeu cerca de uma por noite no mês seguinte. No dia 21 de dezembro, consumiu aproximadamente cinco garrafas e não se sentiu bem nos dias seguintes. Na antevéspera do Natal, ele foi internado no Hospital Biocor.A hemodiálise começou justamente na data comemorativa. Quatro dias depois, o drama da família aumentou, quando Cristiano deu entrada no CTI, onde permaneceu por 44 dias. Os sintomas neurológicos começaram em 1º de janeiro.