Essa fase da expedição tem como objetivo final interligar as trilhas do Parque a outras 19 unidades de conservação administradas pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) a propriedades privadas que vão fazer parte de uma super trilha: a Transespinhaço.
De acordo com a gerente do parque, Maria Lúcia Coimbra Cristo, a Transespinhaço é uma trilha de longo percurso, cerca de 1,5 mil quilômetros, que vai envolver 41 cidades mineiras. Ela vem seguindo uma tendência nacional e que já acontece em outros países. A mais conhecida é a de Santiago de Compostela, na Espanha, mas existem outras. “Agora Ouro Preto e Minas Gerais vai entrar nesse mapa de grandes trilhas. Na expedição, primeiramente, vamos identificar em uma unidade de conservação, trilhas que não passem em lugares sensíveis, em lugares que possam causar grandes impactos. Depois faremos o georreferenciamento pensando em uma trilha confortável para o caminhante, mas que também seja um desafio.”
Ainda segundo Lúcia, por onde as trilhas vão passar, elas vão trazer desenvolvimento econômico. “Sempre terá demarcação na trilha de áreas de descanso e alimentação, elas vão trazer para as comunidades que têm um turismo incipiente, uma possibilidade de renda."
Segundo a presidente da Federação de Montanhismo e Escalada do Estado de Minas Gerais e coordenadora geral da Trilha Transespinhaço, Giselle Saraiva de Melo, no Brasil, a Transcarioca já está no mapa das grandes trilhas e por estar 100% pronta serve de base para todas as outras. "Estão sendo implantadas mais de 50 iniciativas que fazem parte da Rede Brasileira de Trilhas, dentre elas a Transmantiqueira, e agora, a Transespinhaço".
De acordo com Maria Lucia, os gestores públicos e os voluntários do projeto se concentraram nas atividades de implementação, sinalização e manejo dos caminhos ecológicos. “Quando a fase da implementação acabar, nossa trilha mineira será sinalizada e escolhemos a sempre-viva, planta símbolo do cerrado, como a característica da sinalização que vai nortear o caminhante, causando pouco impacto ambiental”.
Sem prazo para terminar, o trabalho é todo voluntário e financiado por meio de campanhas de doação. Além disso, segundo a gerente do parque, existe todo um trabalho com o proprietário para conscientização sobre a importância dessa trilha dentro da propriedade dele e autorização. “É um movimento que agrega pessoas e instituições. A gente tem dado todos os esforços e envolve várias questões como o voluntariado, condições climáticas e financeiras.”