A COVID-19 avança na Região Leste de Minas e a população não está tomando os cuidados sugeridos pelas autoridades de saúde do estado. Em Ipatinga, uma pesquisa observacional solicitada pela Secretaria Municipal de Saúde, revelou que 26% da população do município ainda não aderiu ao uso de máscara facial como prevenção contra o novo coronavírus.
A amostragem está sendo realizada por alunos dos cursos de Enfermagem das faculdades Única e Unileste, sendo que até o momento foi observado o comportamento de 8.287 pessoas. O levantamento será concluído no dia 23 de novembro. O objetivo é compreender o impacto das estratégias adotadas até o momento, visando contribuir para minimizar a disseminação das contaminações por COVID-19.
A análise do comportamento é feita em vias públicas, sem qualquer tipo de abordagem. Os indivíduos são observados por pelo menos cinco minutos. Neste tempo, foi verificado que do universo das pessoas analisadas 74% usam máscaras, enquanto 26% abrem mão da proteção.
“É uma fração preocupante, porque essa parte da pesquisa não leva em conta aqueles que utilizam a máscara de forma incorreta, mas sim aqueles que não usam de jeito nenhum”, disse Fabiana Figueiredo, referência técnica da Atenção Básica.
Comportamentos inadequados
A pesquisa analisou ainda outros tipos de comportamentos. Dos 8.274 indivíduos, 60,45% usaram a máscara em ambiente aberto durante todo o período de observação. A pesquisa revelou ainda que 59,65% das pessoas mantiveram o equipamento de proteção ajustado no rosto, enquanto 40,35% deixavam boca ou nariz descobertos. Outro tipo de comportamento observado é que mais de 42% das pessoas têm o hábito de tocar no centro da máscara.
“Embora o Decreto Municipal 9.314 determine o uso obrigatório de máscara facial somente em locais fechados, as pessoas precisam ter consciência que utilizá-la em tempo integral é o meio mais seguro de evitar a contaminação”, disse.
Outro ponto observado pelos estudantes é o tipo de máscara usada pelos indivíduos. A máscara de tecido é usada por 84,68% das pessoas observadas durante a pesquisa. Outros modelos representam pouco mais de 15%.
“A máscara de tecido é a mais recomendável para o convívio social, desde que ela tenha a trama fechada. No caso de a pessoa ficar um longo período fora de casa, é orientado que leve duas ou três máscaras e que faça a troca sempre que ela estiver úmida. Já os outros modelos são mais usados para os profissionais da saúde”, observou Fabiana Figueiredo.
Enquanto hábitos nada saudáveis são adotados por parte da população, a COVID-19 continua fazendo vítimas. A Prefeitura de Ipatinga confirmou nesta quinta-feira (19/11), mais três mortes decorrentes de complicações por COVID-19. As vítimas são uma mulher de 92 anos, moradora do bairro Bethânia; um homem de 87 anos, morador do Esperança, ambos internados no Hospital Márcio Cunha.
Outra vítima foi um homem de 74 anos, morador do bairro Veneza, que estava sendo assistido no Hospital Municipal. Os testes para a COVID-19 realizados nesses pacientes atestaram positivos para a doença. Com essas mortes, até o momento, Ipatinga registrou 232 mortes por complicações do novo Coronavírus.