Um lobo-guará deu trabalho para os bombeiros em Sete Lagoas, cidade localizada na Região Metropolitana de Belo Horizonte, na manhã desta sexta-feira (20). O animal foi visto circulando pelas ruas do Bairro Interlagos pela madrugada e, horas depois, se viu encurralado no estacionamento de uma empresa no Bairro Montreal.
Lobo-guará é capturado em estacionamento de empresa em Sete Lagoashttps://t.co/BXWhfWtJjj pic.twitter.com/uW1kMhYrHJ
— Estado de Minas (@em_com) November 20, 2020
Lá, o animal vai passar por uma verificação clínica e, não se constatando nenhuma doença, será solto em uma área de mata próxima da Embrapa, no Bairro do Itapoã. Os bombeiros informaram ainda que este foi o primeiro lobo-guará capturado em área urbana. Outro exemplar do animal foi resgatado no ano passado pelos militares.
Os bombeiros de Sete Lagoas informaram que nessa época, em que se inicia o período chuvoso, é muito comum o resgate de serpentes, pequenos jacarés e gambás na área urbana. Além disso, costumam remover animais domésticos, como cavalos, cachorros e gatos, que caem em buracos, concertinas, canos, bueiros e manilhas.
Levantamento do Centro Integrado de Defesa Social do Corpo de Bombeiros do Estado de Minas Gerais (Cinds), durante o ano de 2019, revela que os agentes realizaram a captura de 4.952 animais silvestres de mais de 20 espécies diferentes em todo o estado. Mais de 2,5 mil serpentes foram capturadas e devolvidas à natureza neste período.
A pesquisa do Cinds também mostra que houve uma variação de 28% na captura de espécies silvestres na comparação de janeiro a outubro de 2019 e o mesmo período de 2020 em Minas. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), o aumento representou 4%, mas na capital mineira o acréscimo nas capturas de animais em área urbana chega a 16%.
Segundo o Corpo de Bombeiros, o desmatamento, as queimadas e as várias agressões ao meio ambiente provocadas pelo ser humano têm contribuído com a migração de animais silvestres para o perímetro urbano. A Corporação realiza diariamente a captura de espécies que habitualmente vivem em matas e florestas, mas que agora estão cada vez mais presentes nas cidades.
Entre 2019 e 2020, o Corpo de Bombeiros devolveu à natureza 11.285 animais silvestres que se arriscaram nos perímetros urbanos, fugindo de queimadas e outras degradações ou simplesmente em busca de maior oferta de alimentos.