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Estado de Minas REVOLTA

Djonga sobre assassinato de homem negro no RS: 'Se acreditassem que é errado, não aconteceria mais'

Espancamento de cliente do Carrefour revoltou cidadãos por todo o país; em BH, unidade do supermercado precisou ser fechada após ato


20/11/2020 16:02 - atualizado 20/11/2020 17:37

Ato em BH fez unidade do Carrefour, localizada no Centro, cerrar as portas.(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Ato em BH fez unidade do Carrefour, localizada no Centro, cerrar as portas. (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Presente ao protesto motivado pelo assassinato de um homem negro em uma unidade do Carrefour, em Porto Alegre (RS), o rapper Djonga não poupou palavras ao criticar o racismo estrutural que assola o país. No Centro de Belo Horizonte, o ato contra a rede de supermercados fez uma filial da empresa fechar as portas na tarde desta sexta-feira.

O caso aconteceu nessa quinta-feira, véspera do Dia da Consciência Negra. “A gente tem acordado com notícias tristes como essa durante todos os dias e meses deste ano. Nosso país mata negros ‘a rodo’. Infelizmente, hoje, que era um dia para celebrar a luta da população preta do nosso país e do mundo — e deveríamos celebrar todos os dias — acordamos com uma notícia como essa.”, desabafou o músico.

A reação do supermercado à morte de João Alberto Silveira Freitas, 40, foi duramente criticada por Djonga. O Carrefour afirmou que considera o espancamento um “ato criminoso”, mas o músico cobrou atitudes concretas que reflitam esse posicionamento.

“Essa resposta mostra o cinismo e a hipocrisia da maioria das grandes empresas a todas as situações de preconceito que rolam em relação a todas as minorias em nosso país e no mundo. Na hora de capitalizar essas lutas, todos contratam influências e dão jeitos de parecer que se preocupam com o que acontece em nosso país e nas periferias. Mas, no fundo, o sentimento real deles é traduzidos nessas simples notas de repúdio”, afirmou.

Djonga continuou: “Se, realmente, os caras acreditassem que isso é errado, não aconteceria mais, mas continua acontecendo. E, continuará enquanto a gente não estiver mais organizado e enquanto eles, para além da questão do racismo, serem quem controlam tudo, como política, educação e cultura”.

 

 

 

 

‘Fagulha de uma coisa muito maior’


Ainda de acordo com o rapper, a morte de João Alberto é apenas a comprovação da discriminação racial que acomete o Brasil desde os tempos coloniais.

“Ninguém queria estar aqui. Ninguém queria se manifestar contra essa morte. Ninguém queria que essa morte tivesse acontecido, assim como a maioria das outras mortes. Isso aqui é só a fagulha de uma coisa muito maior que tem de acontecer para que essa estrutura realmente mude”, pontuou.

Entenda o caso


O homem foi espancado e morto por dois homens brancos no estacionamento do CarrefourPasso D'Areia, na zona norte da capital gaúcha . Informações preliminares apontam que um dos agressores é segurança do local e o outro é um policial militar temporário que fazia compras no local. Seguem as investigações. Ambos foram detidos.

Em Porto Alegre, uma manifestação em frente ao supermercado está prevista para esta sexta, às 18h.

 

Ver galeria . 27 Fotos Gladyston Rodrigues/EM/D.A PRESS
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A PRESS )
 


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