Marliéria, cidade do Vale do Aço, no Leste de Minas, ficou órfã de seu Papai Noel, que durante quase 40 anos fez a alegria de crianças, jovens e adultos no período de Natal. A COVID-19 levou Dismar Duarte Araújo, 87 anos de idade, que era conhecido por poucas pessoas por este nome. A população de Marliéria e de muitas cidades do Vale do Aço sabia quem era "Tideza", o bom velhinho.
Ele ficou famoso nacionalmente em 2010, quando participou do programa Caldeirão do Huck, na TV Globo, realizando seu sonho no quadro Lata Velha. À época, o programa do apresentador Luciano Huck reformou o carro de Tideza, uma Brasília VW, que estava em petição de miséria.
Tideza começou a fazer a alegria da criançada de Marliéria andando a pé pelas ruas e entregando lembrancinhas de Natal. Depois, comprou um fusquinha para poder ir mais mais longe. Anos depois, comprou a Brasília, que o tempo foi consumindo aos poucos, até ser totalmente reformada pelo Lata Velha.
Tideza estava internado no Hospital Márcio Cunha, em Ipatinga, em um leito UTI COVID-19, mas as complicações da doença determinaram a morte do Papai Noel de Marliéria. Ele morreu na quinta-feira (19) e seu corpo foi sepultado no Cemitério Recanto da Paz, no Bairro Bela Vista, em Timóteo.
Quem o conheceu de perto, como o professor Tarcizio Luiz De Castro, lamentou a morte do eterno Papai Noel. "Conheci Tideza numa festa de casamento. Ele estava tocando violão, com uma alegria contagiante. De vez em quando, repetia a frase: 'Marliéria é um presépio'. Sempre queria ajudar àqueles que necessitavam de seu apoio", disse.
Castro também disse que, quando Tideza resolveu ser o Papai Noel de Marlieria, foi ajudado por Maria, sua esposa, familiares, pelos comerciantes e marlierenses, além da prefeitura. "Recebeu, merecidamente, o título de Cidadão Honorário de Marliéria. Vai fazer muita falta. Os Natais de Marlieria perdem muito a sua alegria e sua animação."