Conforme nota emitida pela Arquidiocese de Juiz de Fora, na região da Zona da Mata, Falabella estava internado na UTI desde o dia 9 deste mês. Na noite do dia 8 de novembro, Monsenhor sentiu falta de ar e mal-estar, sendo encaminhado ao hospital. Após exame PCR, constatou-se diagnóstico de COVID-19 e o sacerdote ficou internado.
Após a informação da morte do Monsenhor, ainda nesta madrugada de terça-feira, o Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora, Dom Gil Antônio Moreira, lamentou a partida de Falabella - que teve 66 anos de sacerdócio. “Em nome dos familiares, em nome da Irmandade do Senhor dos Passos, da qual era membro, da Diretoria da Santa Casa de Misericórdia da qual fazia parte como representante do Arcebispo, e ainda em nome de toda a nossa Arquidiocese de Juiz de Fora, levo a todos o conforto da fé na ressurreição dos mortos, que ele pregou tão bem em toda a sua vida, e a gratidão por tudo aquilo que este extraordinário servo de Cristo fez em sua longa vida sacerdotal”.
Devido aos protocolos de enfrentamento à COVID-19, a Missa Exequial será transmitida, ao vivo, pelo YouTube da WebTV “A Voz Católica”. A celebração será na Catedral Metropolitana, às 10h, desta terça-feira (24).
Último pedido
Em nota, Dom Gil revelou o último pedido de Monsenhor Falabella. “Cumpro o dever de informar, segundo o seu belo Testamento Espiritual, cuja cópia está em meu poder, que ele pediu aos que por acaso quisessem oferecer-lhe coroas de flores, não o fizessem, mas, que destinassem à obra ‘Pequeninos de Jesus’, que na Arquidiocese cuida dos pobres que vivem em situação de rua, o valor que despenderiam com tal homenagem”.
Ainda devido à pandemia de coronavírus, o velório e o Rito das Exéquias terão participações apenas de alguns familiares e poucos padres, no Cemitério Parque da Saudade.
Trajetória
Falabella nasceu em 29 de junho de 1931, em Mar de Espanha (MG) - pequena cidade vizinha à Juiz de Fora. Falabella foi ordenado padre no dia 25 de abril de 1954, pelo primeiro bispo da então Diocese de Juiz de Fora, Dom Justino José de Santana.
Ele também foi Pároco da Catedral Metropolitana por quase 40 anos, entre 1963 e 2002. Naquela época, Falabella recebeu o título de Vigário Geral da Arquidiocese, função que exerceu até março de 2019, quando renunciou ao cargo por motivos de idade e saúde.
O sacerdote ainda foi Pároco da Paróquia São Geraldo, do Bairro Teixeiras, entre 2002 e 2009, ano em que começou a trabalhar como Vigário Paroquial na mesma comunidade. Este mesmo cargo ele ainda exerceu, nos últimos anos, na Paróquia Bom Pastor e na própria Catedral.
Entre os títulos recebidos pelo presbítero estão o de Cidadão Honorário de Juiz de Fora, de onde também é considerado Cidadão Benemérito; Cidadão Honorário de Santa Rita de Ibitipoca; Mérito Comendador Henrique Guilherme Fernando Halfeld; Medalha da Inconfidência; Diploma de benemérito-amigo da Polícia Militar de Minas Gerais e Personalidade Cobra de Ouro da ANVFEB (Associação Nacional dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira).
Renúncia ao cargo
Depois de quase 17 anos como vigário-geral, o Monsenhor Miguel Falabella se despediu do cargo em março de 2019.
A renúncia foi uma iniciativa do próprio sacerdote, que apresentou sua solicitação para o arcebispo metropolitano, Dom Gil Antônio Moreira, por motivos de idade e saúde.