Jornal Estado de Minas

PANDEMIA

Kalil diz estar sofrendo pressão para 'fechar' BH por conta da COVID-19: 'A situação é muito grave'

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), afirmou, nesta quarta-feira, que não descarta retroceder no que tange às fases de flexibilização tomadas em virtude da pandemia do novo coronavírus. Reeleito com mais de 63% dos votos, o chefe do Executivo municipal garantiu estar respaldado, pela população, para endurecer as medidas restritivas.





“A população respondeu na urna o que ela pensa de fechar a cidade. Estou recebendo uma pressão muito forte agora para fechar a cidade. A situação é muito grave. Uma pena que eu tenha que voltar aqui. Se não tomarem conta, nós vamos fechar a cidade”, disse, em apelo, sobretudo aos comerciantes belo-horizontinos. Kalil clamou por ajuda dos cidadãos da capital mineira.


Segundo ele, se não houver conscientização, o retorno à fase ‘zero’ de flexibilização — em que só serviços essenciais são autorizados a abrir as portas — pode acontecer a qualquer momento.

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“Vamos ajudar porque o poder público vai virar poder de polícia. Que os comerciantes tomem conta se não não vamos chegar até o natal. Amanhã poderemos estar aqui fechando tudo”, pediu.





 

Estatísticas da COVID-19 em BH


De acordo com o mais recente boletim divulgado pela PBH, publicado nessa terça (24), a cidade soma são 53.115 pessoas infectadas pela COVID-19 e 1.622 óbitos em virtude da doença. O documento contabilizou 245 novos casos e oito mortes em relação ao levantamento anterior, datado de segunda (23).

A ocupação de leitos de terapia intensiva está em 40,4%, enquanto 38,1% das vagas de enfermaria têm pacientes. No começo da semana passada, os índices estavam em 31,8% e 29,8%, respectivamente. Os dois parâmetros permanecem na fase controlada, abaixo dos 50%, mas a alta progressiva requer atenção da população para que sejam redobrados os cuidados com a pandemia.

Ainda conforme o boletim dessa terça, a incidência de COVID-19 acumulada nos últimos 14 dias, por 100 mil habitantes, aumentou de 89,9 para 90,9. O índice é o maior já registrado em novembro e está muito distante dos 20 casos que delimitam a faixa de baixo risco, de acordo com órgãos de saúde. É o limite que a prefeitura utiliza para, por exemplo, retomar as aulas presenciais.



Em contrapartida, a taxa de transmissão, também conhecida por Rt. Isso porque o índice caiu de 1,09 para 1,08. Na semana passada, o número chegou a 1,13, o maior já registrado desde o começo de julho. Atualmente, cada 100 pessoas infectadas são capazes de passar a doença para outras 108. A taxa de transmissão volta para a fase 'verde', ou seja, de controle, abaixo de 1.

Fases de flexibilização


A reabertura do comércio em Belo Horizonte foi feita de forma gradual, dividida em três fases. Na primeira, no início de agosto, foram contemplados todo o comércio varejista e atacadista, salões de beleza, shoppings e galerias de loja. No caso dos shoppings, inicialmente houve limitação de horários nos fins de semana, já que a autorização para funcionamento seria apenas de terça-feira a sexta-feira, das 12h às 20h. Na segunda fase, a partir de 21 agosto, foram liberados os restaurantes, contudo sem venda de bebidas alcoólicas.

Somente em setembro os bares foram liberados a funcionar e vender bebidas, depois de acordo entre a prefeitura de Belo Horizonte e a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Minas Gerais (Abrasel-MG), mediado pela Justiça. Durante esse período, houve várias flexibilizações no protocolo, como liberação dos shows (a partir de setembro) e autorização para abertura durante todos os dias.

Posteriormente, atividades da fase 3 foram incluídas no programa de abertura. Academias, museus, zoológicos e cinemas foram gradativamente liberados, com restrições quanto ao número de pessoas e de espaço, com obrigação de manter os cuidados de higiene e isolamento.



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