Depois de flexibilizar ao máximo o comércio, a Prefeitura de Belo Horizonte será mais rígida para coibir as festas de bairros e eventos com aglomeração na capital. A iniciativa surge depois do aumento repentino de casos e mortes por coronavírus na capital mineira nos últimos dias.
“Estamos monitorando por redes sociais várias festas clandestinas. E vamos coibir também outras festas, como pagode e samba em bar”, avisa o subsecretário de fiscalização, José Mauro.
O secretário municipal de Saúde, Jackson Machado Pinto, afirmou que as aglomerações na capital têm sido feitas em sua maioria pelas classes mais favorecidas. “Chutaram o pau da barraca e estão indo a festas. Classes A e B são mais acometidas. Estão acontecendo festas clandestinas. Não há dúvidas de que essas aglomerações aumentam os casos. É pouco justo essas pessoas que estão se divertindo."
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Na entrevista coletiva desta quarta-feira (25), o prefeito Alexandre Kalil adotou tom mais duro para chamar a atenção da população em relação ao aumento da doença: “A população respondeu na urna o que ela pensa de fechar a cidade. Estou recebendo pressão muito forte para fechar a cidade. A situação é muito grave. Uma pena que eu tenha que voltar aqui. Se não tomarem conta, nós vamos fechar”.
Estatísticas da COVID-19 em BH
De acordo com o mais recente boletim divulgado pela PBH, publicado nessa terça (24), a cidade soma são 53.115 pessoas infectadas pela COVID-19 e 1.622 óbitos em virtude da doença. O documento contabilizou 245 novos casos e oito mortes em relação ao levantamento anterior, datado de segunda (23).
A ocupação de leitos de terapia intensiva está em 40,4%, enquanto 38,1% das vagas de enfermaria têm pacientes. No começo da semana passada, os índices estavam em 31,8% e 29,8%, respectivamente. Os dois parâmetros permanecem na fase controlada, abaixo dos 50%, mas a alta progressiva requer atenção da população para que sejam redobrados os cuidados com a pandemia.
Ainda conforme o boletim dessa terça, a incidência de COVID-19 acumulada nos últimos 14 dias, por 100 mil habitantes, aumentou de 89,9 para 90,9. O índice é o maior já registrado em novembro e está muito distante dos 20 casos que delimitam a faixa de baixo risco, de acordo com órgãos de saúde. É o limite que a prefeitura utiliza para, por exemplo, retomar as aulas presenciais.
Em contrapartida, a taxa de transmissão, também conhecida por Rt. Isso porque o índice caiu de 1,09 para 1,08. Na semana passada, o número chegou a 1,13, o maior já registrado desde o começo de julho. Atualmente, cada 100 pessoas infectadas são capazes de passar a doença para outras 108. A taxa de transmissão volta para a fase 'verde', ou seja, de controle, abaixo de 1.