A Polícia Civil de Minas Gerais efetuou três prisões nesta quarta-feira (25/11), como parte da Operação Black Dolphin, que teve como objetivo o combate à pedofilia. A ação, realizada nacionalmente, teve a parceria das polícias de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
Foram focados, ao todo, 219 alvos, sendo 212 em São Paulo, três em Minas Gerais, três no Rio Grande do Sul e um no Rio de Janeiro. Em Minas, a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão em Belo Horizonte; Lavras, no Sul do estado; e Santos Dumont, na Zona da Mata.
Segundo o delegado Diego Lopes, da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), que tem sede em BH, os suspeitos poderão responder, a princípio, pelos crimes de armazenamento de pornografia infantil, com pena de um a três anos de prisão, e de compartilhamento de materiais dessa natureza, cuja pena é de três a seis anos. “Contudo, existe a possibilidade de figurarem outros crimes, como organização criminosa, o que demanda avanço nas investigações.”
A equipe da Depca, em Belo Horizonte, cumpriu mandado de busca e apreensão no bairro Itapoã, onde foram apreendidos materiais de cunho pedopornográfico. Já a prisão em flagrante do alvo, um homem de 36 anos, ocorreu em Serra, no Espírito Santo. Ele, que tem um filho de 13 anos e mora com a mãe, afirmou aos policiais civis ser consumidor desse tipo de conteúdo.
Em Lavras, durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão, foram apreendidas diversas mídias e hardwares contendo imagens de pornografia infantil, captadas pela internet e produzidas pelo suspeito, de 34 anos.
Ele foi preso em flagrante e autuado pelos crimes previstos nos artigos 240 e 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) - Lei 8.069/90. Foi encaminhado ao sistema prisional.
Em Santos Dumont, a Polícia Civil cumpriu mandado de busca e apreensão no município de Santos Dumont. Um homem de 36 anos, que tinha em seu poder fotografias, mídias digitais e filmes, além de munições, foi preso em flagrante. Um segundo suspeito, de 39 anos, também foi preso. Ele tinha em seu poder diversos materiais com conteúdo pedopornográfico.
A operação
As investigações tiveram início em 2018. A Black Dolphin é um braço da operação Luz da Infância. Esta foi desencadeada a partir do fato de que um suspeito tinha pretensão de vender a sobrinha para pessoas envolvidas em trabalhos sexuais na Rússia. A ideia dele era levar a menina à Disney, na Europa, e assim, alegaria o desaparecimento dela no parque.
Feito o monitoramento desse suspeito, esta apontou para uma rede de predadores sexuais, principalmente infanto-juvenis, que produzem, vendem e compram vídeos de crianças em situações de vulnerabilidade sexual, com indícios de sequestro e tráfico de crianças e de jovens para fins de exploração sexual.