A cidade histórica de Tiradentes, destaque pela arquitetura e por estar nas imediações da Fazenda do Pombal onde nasceu o alferes Joaquim José da Silva Xavier, herói da Inconfidência Mineira, tornou-se referência nacional em festivais, dois dos mais importantes do país, Festival de Gastronomia e Festival de Cinema, são realizados entre os casarões e paredões da cidade como cenário.
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“Tiradentes é uma das cidades turísticas que ficou mais tempo fechada. Ficamos cinco meses e criamos ações para proteger a população tirandentina, que precisava ficar a salvo, para depois receber as pessoas. Não adiantava ter uma cidade aberta, mas com as pessoas adoecendo”, afirmou o prefeito José Antônio do Nascimento. “Quem viesse para cá não teria segurança no destino. Então foi importante mostrar que estávamos implementando ações para proteger a população.”
De acordo com o boletim epidemiológico, divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde nesta quinta, a cidade confirmou 39 casos e uma morte pela COVID-19. O prefeito lembrou que esse é o primeiro evento público durante a pandemia e garantiu que trará “cultura e segurança” para a cidade. “Primeiro evento para Tiradentes que é a terra da liberdade, terra natal do Basílio da Gama, e ter um evento como esse vai ser importante para os tiradentinos”, afirmou.
Crescimento
O prefeito acredita que a Fliti deverá crescer e entrar para o calendário de eventos literários de destaque nacional. “Dentro de poucos anos será um dos grandes eventos de Tiradentes. Tenho certeza”, destacou.
A prefeitura criou o “alvará COVID-19”, com protocolos sanitários para todo o setor de comércio e serviço. Também foram realizadas ações de conscientização da população para lidar com a doença. O prefeito afirmou que a cidade tem praticamente zero caso de COVID-19.
“Todos os casos foram assintomáticos e todos foram curados”, afirmou. Ele explicou que a morte não ocorreu em Tiradentes, foi de uma paciente que estava em estágio terminal e adquiriu a doença durante o tratamento de quimioterapia. Praticamente na cidade não tivemos nenhuma morte”, disse o prefeito.
Ele lembrou que o fechamento por cinco meses levou a uma queda na arrecadação na ordem de 50%, mas a economia está sendo retomada. “Eventos como a Fliti são importantes para aquecer a economia e o comércio”, afirmou.
O secretário de Cultura e Turismo, Henrique Rohrmann, destacou que a Fliti é um evento para a retomada econômica do município. “É um evento que começou todo certo. Foi ouvido o Conselho de Turismo, o Conselho de Patrimônio, que representam a população da cidade. A feira foi criada de acordo com os ensejos da população.”
Ele acrescentou que o evento foi produzido tendo como referência o alvará COVID-19, seguindo todos os protocolos: uso de máscaras, distanciamento nos assentos, capacidade de pessoa por metro quadrado, totem de álcool em gel, os livros estão sendo higienizados com aparelhos de raiou ultravioleta, foram distribuídas 4 mil luvas e 4 mil máscaras. “Quem não estiver com máscara e, considero uma falta de respeito quem não usa atualmente, vai receber a proteção para entrar e vai receber luvas para manusear os livros”, reforçou. Tudo para que o evento “não deixe um rastro de doença na cidade”.
Fliti valoriza autores locais
A abertura do evento contou com o pronunciamento da escritora Nélida Pinon, por vídeo. Ela lançará o romance 'Um dia chegarei a Sagres', que escreveu depois de uma temporada de um ano em Portugal. Em seu discurso, ela destacou a importância de ações que valorizam o livro e disse que Tiradentes é “epicentro da cultura nacional”.
A Fliti valoriza os escritores locais, que compõem a metade dos 38 autores convidados. “Esse evento estão pensando nas pessoas daqui. Temos mais da metade dos escritores de Tiradentes e São João Del Rei. É evento que traz crescimento importante e deixa um legado. Diferentemente de um evento que procura, por exemplo, apenas trazer pessoas de fora. Todo evento tem o seu valor, mas esse agrega muito para a comunidade tiradentina”, disse o prefeito.
A idealizadora da Fliti, Cristina Figueiredo, ex-diretora da Biblioteca Nacional, destacou que o projeto começou a ser esboçado há dois anos, antes da pandemia, e foi totalmente adaptado para esse momento. "No isolamento, o que mais cresceu foi o consumo à cultura, a música, televisão e o livro." Para facilitar o acesso ao livro, o evento conta com o ônibus-biblioteca para o empréstimo gratuito de publicações.