Jornal Estado de Minas

MULTA E FECHAMENTO

Prefeito de Montes Claros aumenta rigor na fiscalização para impedir aglomerações

 

O prefeito de Montes Claros, Humberto Souto (Cidadania), anunciou, nesta quinta-feira (26/11), o endurecimento da fiscalização dos estabelecimentos comerciais da cidade, especialmente, no que se refere a bares e restaurantes, no cumprimento das medidas para impedir aglomerações e na adoção de outros procedimentos contra a transmissão do coronavirus. Ele disse que por enquanto a pandemia está sob controle na cidade, mas há preocupação por causa do aumento geral de casos da Covid-19 no país.





 

Seguindo o mesmo procedimento adotado pelo prefeito Alexandre Kalil (PSDB) em Belo Horizonte, Souto informou que, além de aumentar o rigor da fiscalização, vai aplicar multas e fechar os estabelecimentos que não cumprirem as normas sanitárias e provocar aglomerações. 

 

Por enquanto, ele não pretende retroceder na flexibilização e fechar o comércio. Porém, não descarta medidas restritivas no futuro, o que vai depender do comportamento da população e da oscilação dos casos de coronavirus no município. 

 

Humberto Souto disse que uma questão que preocupa a prefeitura de Montes Claros é que o Ministério da Saúde descredenciou leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) da COVID-19 na cidade. O receio é que o número de casos graves volte a aumentar e os hospitais do município não tenham vagas em leitos de UTÏ suficientes para os pacientes, o que poderá resultar no aumento de mortes. 





 

De acordo com a secretária municipal de Saúde de Montes Claros, Dulce Pimenta, até setembro, o Ministério da Saúde garantia o custeio de 60 leitos de UTI destinado a pacientes da COVID-19 no município.

 

Em outubro, o ministério reduziu o aporte de recursos, passando a bancar somente 18 leitos de UTI para os casos de COVID-19 na cidade.

 

Dulce Pimenta informou ainda que, atualmente, Montes Claros conta com 55 leitos de UTI destinados aos casos da doença respiratória e, além das gestões junto ao Ministério da Saúde, solicitou recursos da Secretaria de Estado de Saúde para manter as vagas do atendimento intensivo aos pacientes graves.

 

Segundo a secretária, a taxa atual de ocupação dos leitos de UTI COVID-19 em Montes Claros é de 45% (25 pacientes internados nas vagas de atendimento intensivo), enquanto o índice de ocupação dos leitos clínicos nos hospitais locais é de 80%. Conforme os últimos dados da Secretaria Municpal de Saúde, a cidade já registrou 204 mortes causadas pelo coronavirus com o total de 12.743 casos da doença. 





Rigor na fiscalização

“De agora pra frente, a fiscalização por parte da prefeitura vai ser muito mais rígida”, anunciou o prefeito de Montes Claros.

 

Ele assegurou que a prefeitura vai reforçar as ações preventivas e a fiscalização por causa do surgimento da segunda onda da pandemia na Europa e do aumento dos casos nos Estados Unidos e no Brasil de maneira geral, com elevação de novos registros da doença em São Paulo e Belo Horizonte. 

 

“Vamos tomar todas as providências para proibir as aglomerações. Vamos conseguir? Não sei. Mas, não podemos nos omitir. Temos que conscientizar que a pandemia anda não passou”, afirmou o chefe do executivo de Montes Claros, reeleito no primeiro turno com 85,24% dos votos. Ele pediu o apoio da população para se impedir aglomerações. 

 

O alerta do prefeito foi reforçado pelo secretário municipal de Serviços Urbanos, Vinicius Versiani, responsável pelo setor de fiscalização da prefeitura. Ele informou que a Municipalidade vai intensificar a vigilância em toda cidade e os bares, restaurantes e outros pontos comerciais que foram flagrados descumprindo as medidas ou promovendo as aglomerações vão sofrer uma série de punições. 





 

“Inicialmente, os estabelecimentos infratores serão multados. Os reincidentes poderão ser fechados por um ano terem cassado o alvará de funcionamento em definitivo”, anunciou Versiani.    

Taxa de prevalência da Covid-19

A secretária Dulce Pimenta disse que, entre as cidades-polo de Minas, Montes Claros (413 mil habitantes) é a quarta colocada em prevalência da COVID-19, com a taxa de 3.113 casos para cada 100 mil habitantes, atrás de Uberlândia (Triângulo), Governador Valadares (Leste do estado) e Ipatinga (Vale do Aço). 

 

No entanto, o município do Norte de Minas tem uma taxa de mortalidade de 45 para cada 100 mil habitantes, um menores índices de mortalidade pela COVID-19 entre as grandes cidades mineiras.