A Prefeitura de Taiobeiras (Norte de Minas) colocou em uma praça da cidade uma escultura do ex-prefeito do município, Joel da Cruz Santos, que foi condenado pelos crimes de estupro e abuso sexual de crianças e adolescentes. A população reagiu, por meio das redes sociais, condenando a homenagem principalmente porque a praça em questão é destinada ao lazer das crianças. Diante da repercussão, a escultura do ex-prefeito foi retirada do local.
O prefeito de Taiobeiras, Danilo Mendes Rodrigues, publicou uma mensagem em uma rede social sobre a “homenagem”, mas apagou a postagem após a repercussão negativa. A mensagem foi substituída por uma “nota de esclarecimento” divulgada pela prefeitura.
Na nota, a administração municipal alega que “vem a público para esclarecer que a escultura do ex-prefeito Joel da Cruz Santos é parte das obras do Projeto Faces da História, que foi idealizado com o objetivo de reconhecer a história político-administrativa de todos os gestores do município, relembrando seus feitos administrativos voltados para o crescimento da cidade”.
A prefeitura argumenta que a ideia inicial foi instalar as esculturas “em locais que houvesse referência aos homenageados”. E que, desta forma, “a escultura em questão (de Joel Cruz) foi colocada na Praça Januário Martins por ser o endereço dos pais do ex-prefeito”. A praça foi revitalizada recentemente e conta com um mini-parque infantil, com escorregador, balanços e outros brinquedos.
A administração afirma que, diante da “repercussão causada pelo fato, a comissão responsável pelo projeto “reuniu-se e decidiu retirar a escultura do local e avaliar a melhor forma de levar o projeto adiante”.
“Reiteramos o respeito da atual administração de Taiobeiras por todas as famílias do município”, diz ainda a nota da prefeitura.
O ex-prefeito Joel Cruz Santos foi preso preventivamente em abril de 2016 pela denúncia de estupro e abuso sexual de crianças e adolescentes. Ele estava foragido desde outubro de 2015 – quando foi decretada a prisão preventiva - e foi detido em uma de suas fazendas no município de Curionópolis, no Pará.
O delegado responsável pela investigação, Alessandro Lopes, informou que seis vítimas foram identificadas. Ele também disse que as próprias mães levavam as filhas para os atos sexuais com Joel que, segundo as investigações, pagava de R$ 20 a 200 pelas práticas.
A defesa de Joel Cruz alegou que ele era inocente e que tudo não passava de perseguição política. O ex-prefeito ganhou direito de responder o processo em liberdade. Mas, em agosto de 2018, ele foi preso, após ser condenado a mais de 16 anos de prisão por estupro de vulnerável.
Atualmente, Joel Cruz, de 82 anos, cumpre prisão domiciliar. A reportagem tentou, mas não conseguiu contato com a defesa com ex-prefeito.