
A gestão dos efeitos da disseminação da COVID-19 no Brasil enfrentou polêmicas, briga política e absoluta falta de coordenação centralizada. O Ministério da Saúde, na teoria a pasta responsável por ditar as normas para conter a disseminação da doença, teve sucessivas trocas de comando. Cerca de um mês após o início da pandemia — e depois de declarações negacionistas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) —, o Supremo Tribunal Federal (STF) deu autonomia a estados e municípios para a tomada de medidas ante o coronavírus.
Durante a pandemia, o presidente Jair Bolsonaro chegou a assinar decreto publicado no Diário Oficial da União que incluiu uma série de atividades na lista de setores considerados essenciais, como academias de ginástica, salões de beleza e barbearias. A intenção era forçar uma abertura por parte dos estados e municípios, que têm autonomia para tomar decisões. O governo federal também paga o auxílio emergencial para trabalhadores desempregados e informais. As cinco primeiras parcelas foram de R$ 600; as três últimas, que ainda estão sendo depositadas, de R$ 300.
O Planalto fez acordo de cooperação para ter acesso à vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e pelo laboratório AstraZeneca. Além da distribuição das doses em território nacional, o país, por meio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), também passará a produzir os imunizantes. Em outubro, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciou a intenção de compra do imunizante CoronaVac, desenvolvido pela indústria chinesa Sinovac Biotech, em parceria com o Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo, mas Bolsonaro, no dia seguinte, vetou a aquisição. O presidente trava uma guerra política com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).