Ao mesmo tempo em que os prefeitos de alguns municípios, a exemplo de Belo Horizonte, endurecem a fiscalização para impedir aglomerações e outros riscos de disseminação da COVID-19, diante da elevação dos casos de contaminação e do perigo de uma segunda onda de infecção, cidades do interior de Minas Gerais se movimentam para resolver um problema que pode comprometer a formação da atual geração de crianças e adolescentes, o polêmico retorno das aulas presenciais.
Um dos primeiros municípios a tratar da questão é Coronel Fabriciano, no Vale do Aço, onde a as escolas foram reabertas “em caráter experimental”, na segunda-feira, para os alunos dos anos finais (sexto ao nono) do ensino fundamental e da Educação para Jovens e Adultos (EJA). As prefeituras de Varginha e Pouso Alegre, no Sul de Minas, definiram a volta às aulas nas redes pública e privada em 1º de fevereiro de 2021. De acordo com o prefeito de Varginha, Vérdi Lúcio Melo (Avante), o anúncio foi antecipado para que seja possível preparar o calendário. Na reabertura das escolas, as aulas começarão no sistema misto, presenciais e também a distância.
O tema mobiliza também as prefeituras de Divinópolis, no Centro-Oeste, e Varginha e Pouso Alegre, no Sul do estado. Em Montes Claros, no Norte mineiro, escolas particulares pressionam a prefeitura para a volta das atividades presenciais, mas o Executivo municipal não cedeu à pressão, e não marcou data para atender a reivindicação.
De acordo com a assessoria da prefeitura de Coronel Fabriciano, retornaram às atividades presenciais nesta semana 1.169 alunos, de um total de 9 mil estudantes da rede municipal da cidade. A Secretaria de Governança Educacional do município explica que a volta às aulas presenciais, além do caráter experimental, será feita de maneira gradativa em sistema de rodízio. Às quartas e sextas-feiras, as atividades são destinadas a parcela dos alunos e às terças e quintas-feiras, outro grupo volta às salas, invertendo-se a ordem na semana seguinte.
A prefeitura da cidade do Vale do Aço informou ter implantado um “rígido protocolo” para garantir a segurança e proteger alunos, professores e servidores contra a transmissão do coronavírus. Ainda assim, os pais estão receosos. Por causa do medo da COVID-19, na segunda-feira, compareceram às escolas 40% dos estaudantes convocados para o retorno, índice que chegou a 50% ontem. Nenhum caso suspeito de contaminação foi registrado nas escolas reabertas. A expectativa é de que o percentual de comparecimento alcance 80% até o fim da próxima semana.
A Secretaria de Governança Educacional de Coronel Fabriciano destacou que, para a reabertura gradual das escolas, adotou como principais medidas a obrigatoriedade do uso de máscaras de proteção, distanciamento social e a limitação de alunos (no máximo 14) em cada sala de aula. A temperatura está sendo aferida na entrada das unidades educacionais e é adotada a higienização das mãos com uso de álcool em gel.
O acesso ao banheiro é controlado, com liberação de uma pessoa por vez. O distanciamento durante o recreio também é obrigatório e toda criança em estado febril retorna para casa e a família é alertada para que procure, de imediato, a Unidade Referência em Coronavírus. O Município informou que também realizará avaliação semanal da situação, para decidir se mantém ou suspende as aulas ou se amplia o retorno.
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Na primeira quinzena deste mês, a Prefeitura de Divinópolis autorizou o retorno das aulas presenciais, mediante a apresentação de protocolo de segurança a ser apresentados pelos estabelecimentos de ensino. Mas, até então, só houve a reabertura de algumas escolas particulares da cidade, onde as unidades das redes estadual e municipal mantêm as atividades remotas (sistema on-line).
Em cumprimento a decreto municipal, as escolas que retomaram as atividades presenciais em Divinópolis precisam seguir uma série de medidas, como distanciamento, limitação de alunos por sala de aula, uso de máscara e a disponibilidade de álcool em gel. Também são obrigadas a apresentar semanalmente para a Vigilância Sanitária local relatório informando eventuais ocorrências de casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo coronavírus entre alunos, professores e servidores. (Com informações de Helena Lima)