Os profissionais de saúde, em ação para salvar vidas durante a epidemia do novo coronavírus, serão os grandes homenageados na comemoração dos 300 anos da criação da Capitania de Minas, na manhã de quarta-feira, em Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com a prefeitura local, serão respeitados os protocolos sanitários para evitar aglomeração e risco de transmissão do vírus da COVID-19. O ato do tricentenário da autonomia política e administrativa de Minas, das 9h às 11h30, será no Memorial dos Emboabas, em frente da Matriz do Bom Sucesso, com número restrito de pessoas.
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Um dos pontos importantes será para lembrar a Guerra dos Emboabas (1707-1709): no distrito de Morro Vermelho, a seis quilômetros do Centro de Caeté, ocorreu a primeira eleição direta para governador das Américas, Manuel Nunes Viana (1670-1738), à revelia da coroa portuguesa. "Não se pode falar sobre a história de Minas sem destacar a Guerra dos Emboabas", diz o secretário Municipal de Turismo, Cultura e Patrimônio, Marcos Luciano de Figueiredo.
Na programação, haverá a leitura do alvará datado de 2 de dezembro de 1720, assinado pelo rei de Portugal, dom João V (1689-1750), que especifica a delimitação do território da Capitania de Minas, a organização administrativa e as questões jurídicas, seguindo-se a entrega à comunidade de um pelourinho restaurado. O monumento é em pedra de cantaria fica em frente a uma edificação onde, no período colonial, funcionou a Casa de Câmara e Cadeia.
Os moradores de Caeté terão de volta, no dia 2, a Capela do Cordão de São Francisco, do final do século 18, que foi restaurada e se encontra fechada há 10 anos. Da cerimônia cívica e cultural consta ainda a apresentação de trabalho em arte digital sobre a Capela do Rosário, localizada em Morro Vermelho. Além de templo de religiosidade, se transformou em ícone local e remete aos tempos da Guerra dos Emboabas.
História
Um dos destaques da história de Caeté está na Guerra dos Emboabas. No início do século 18, os paulistas, descobridores das minas, estavam estabelecidos nos arraiais que iam de Caeté a São João del-Rei. Atraídos pelas riquezas, os emboabas, grupo formado por portugueses, baianos e pernambucanos, também chamados de reinóis e forasteiros, chegaram em massa, invadindo a área e revoltando os pioneiros. A disputa pelo ouro e pelo poder – em torno dos principais cargos e postos da administração montada na região – levou a conflitos armados e à escolha, em 1707, de um emboaba para governador, à revelia da coroa portuguesa. Não há precisão sobre o número exato de mortos e feridos, mas os pesquisadores têm uma certeza: a guerra abriu caminho para uma série de levantes, como a Sedição de Vila Rica (1720), a Inconfidência Mineira (1789) e para a criação das primeiras vilas do ouro. Além disso, gerou um clima de “rebeldia”, aprendizado da luta política e endurecimento das relações entre a colônia e a metrópole.
A agenda dos 300 anos
Amanhã
10h – Webinário Tradição e modernidade: As reinvenções criativas da arte em Minas Gerais
Quarta-feira
9h às 11h – Em Caeté, cerimônia cívica no Memorial dos Emboabas
10h – Palestra Minas Gerais no imaginário setecentista: entre o sonho e o pesadelo (transmissão pelo canal virtual do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais)
10 de dezembro
Lançamento do livro Orbe e encruzilhada, da Editora UFMG
16 de dezembro
Lançamento do livro Minas Gerais 300 anos, no Palácio das Artes