Jornal Estado de Minas

MAIS FISCALIZAÇÃO

COVID-19: Pará de Minas pode cassar alvarás após aumento de casos

Pará de Minas, cidade localizada no Centro-Oeste mineiro, ligou alerta para o COVID-19 depois do aumento de 36% na média diária dos novos casos e após o Governo do Estado desativar 10 dos 20 leitos de CTI exclusivos para tratamento de pacientes com a doença. Em reunião, o Comitê de Combate ao COVID decidiu ampliar a fiscalização, cassar alvarás de estabelecimentos que descumprirem as medidas de distanciamento e reduzir a lotação em shows e eventos. 





O prefeito Elias Diniz (PSD) ressaltou o momento de atenção pelo qual a cidade passa. “Temos que considerar que o Estado e até mesmo o Brasil estão entrando em uma segunda onda e isso exige de todos nós uma atenção. Em Pará de Minas tivemos um salto depois do dia 15 , quando aumentaram os casos, e depois diminuiu, de 30 para 16. Mas na sexta-feira tivemos um aumento, um efeito chicote, saindo de 16 para 40. A taxa de ocupação dos leitos está baixa. A maioria das pessoas está assintomática e com monitoramento residencial”.

Para ampliar a fiscalização, Diniz revelou que a prefeitura usará as imagens das câmeras de monitoramento do programa Olho Vivo para identificar possíveis irregularidades no comércio. Atualmente, a cidade tem apenas 10 fiscais, que trabalham em esquema de rodizio para coibir aglomerações, principalmente, à noite.

“Agora temos uma ferramenta adicional: o Olho Vivo, onde vamos pegar a filmagem dos estabelecimentos que estão descumprindo as normativas e decretos e eles vão ser responsabilizados”.

O procurador-geral do município, Hernando Fernandes, confirmou que empresas flagradas contrariando as medidas de distanciamento terão suas licenças cassadas. “Temos que intensificar , vamos fazer uma atuação mais rígida, aplicar o decreto. Chegou no local, não atendeu, infelizmente vamos ter que cassar o alvará. Porque, se não, Pará de minas será afetada. Se não fizer isso com um, dois, três ou quatro, a cidade inteira pode vir a fechar. E acho que ninguém quer isso. É uma preocupação de todos nós. Pará de Minas tem que continuar trabalhando, crescendo como vem crescendo”.





A redução pela metade dos leitos de CTI exclusivos para COVID-19 ainda não gerou preocupação nas autoridades, mas a previsão de uma segunda onda pode trazer uma saturação do sistema de saúde municipal.

“A gente percebe uma evolução no número de casos, diariamente a gente tinha diariamente 20 pacientes e neste final de semana nós tivemos um salto para 42. Eu mesmo fui vítima e é péssimo. Acendeu uma luz de alerta. Aqui nós temos ainda uma situação de estabilidade nos nossos equipamentos públicos. Estamos com uma taxa de ocupação de CTI de 60% e de leitos clínicos, de 54%. Mas nós temos vários profissionais de linha de frente que estão acometidos com a doença, estão em afastamento, inclusive os profissionais da Emade-Covid, que fazem a testagem, três estão cumprindo quarentena, já testados positivos. É um momento preocupante”, explicou o secretário municipal de Saúde, Vagner Magesty.

Diniz também ressaltou a preocupação em monitorar a taxa de ocupação, a partir do momento em que a cidade teve corte nos leitos.

“No CTI nós tínhamos 20 leitos específicos para COVID-19. O Estado reduziu para 10 porque estavam ociosos. Com isso, o bloco 2 foi desativado, sem leitos específicos para atender os casos de COVID. E no bloco fixo estavam aproximadamente 4 ou 6 . Com isso, temos que ficar em observação para os pacientes não saírem de assintomáticos para sintomáticos e não necessitem da estrutura hospitalar. Temos praticamente 22 semi leitos à disposição, mais 10 leitos de CTI, mas se forem necessários mais leitos de CTI temos que fazer esse ajuste”.





Para conter aglomerações, a prefeitura publicou nesta quarta-feira (2/12) novo decreto reduzindo a capacidade máxima de pessoas em eventos e shows. Antes eram permitidas até 300 pessoas em um mesmo evento, número que caiu para 120. 

O prefeito garantiu que, para evitar que a cidade regrida de onde, passando da verde para a amarela, a participação da população é fundamental.

“O que precisamos é da colaboração da sociedade, que relaxou. Nós precisamos retomar esse procedimento dos cuidados de higienização, do distanciamento. O que estamos fazendo no comitê é reativar essa responsabilidade de todos, onde cada um tem que fazer o seu papel. O problema maior é o seguinte: é melhor trabalhar preventivamente do que trabalharmos a corretivo e, se necessário, o isolamento ou até mesmo o fechamento de estabelecimentos. Nós não queremos isso, mas depende de todos."
 

O que é o coronavírus


Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.



Vídeo: Por que você não deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp

Como a COVID-19 é transmitida? 

A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?


Como se prevenir?

A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê

Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam:

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus. 



Vídeo explica por que você deve 'aprender a tossir'


Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.

Coronavírus e atividades ao ar livre: vídeo mostra o que diz a ciência

Para saber mais sobre o coronavírus, leia também:

 

 
 

audima