O retorno às aulas presenciais em instituições federais de ensino teve ontem o sinal verde e, logo na sequência, o vermelho. O Ministério da Educação (MEC) publicou no Diário Oficial da União (DOU) portaria determinando a reabertura das instituições superiores de ensino sob a tutela da União a partir de 4 de janeiro. A reação e mobilização de reitores, diretores e da comunidade acadêmica em geral foi imediata, obrigando a pasta a recuar na decisão logo no início da tarde, diante da repercussão negativa da medida.
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MEC determina retorno a aula presencial em universidades federais a partir de 4/1Passa de seis milhões número de estudantes sem dever de casa na pandemiaMesmo com pandemia, MEC determina volta às aulas presenciais em janeiroBH suspende aulas presenciais em universidades e escolas técnicasCrise econômica e sanitária põe universidades em compasso de esperaUFJF não vai seguir portaria do MEC para retorno de atividades presenciaisRetorno das aulas presenciais na Ufla já estava previsto para marçoUFTM diz que data para volta às aulas está em análiseUAIs de cidades mineiras com feriado dia 8 vão funcionar na segunda-feiraCasos de COVID-19 disparam em MG; SES pede retorno ao isolamento social Coronavírus: Minas segue com mais de 4,5 mil novos casos diáriosDetran prorroga validade de CNHs e volta a exigir CRLV 2020 em Minas Escolas infantis burlam decreto contra COVID-19 e abrem as portas em BHA portaria estava fadada a criar situações controversas, determinando a reabertura de algumas instituições, e deixando outras de portas fechadas. É o caso de Belo Horizonte, que abriga a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e o Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG). A Prefeitura logo se manifestou: “A suspensão de que trata o Decreto 17.435 (referindo-se à legislação municipal) não faz distinção sobre o ente responsável pela gestão do estabelecimento que esteja localizado em Belo Horizonte”.
O que criaria uma situação inusitada no Cefet, por exemplo, com seus 11 câmpus, dos quais apenas dois ou três poderiam abrir. “Temos câmpus em vários municípios do estado. BH não pode retornar, mas em Varginha, por exemplo (Sul de Minas), a prefeitura liberou. O problema é que o Cefet tem calendário único. Temos procedimentos gerais, processos de vestibular e todos ingressam ao mesmo tempo. Voltar em um município ou outro compromete significativamente o funcionamento”, explica o diretor, Flávio Santos. “Defendemos o retorno unificado, assim que as autoridades, órgãos e colegiados deliberarem. E tudo será feito com cautela.”
Em nota à comunidade assinada pela reitora Sandra Goulart Almeida e seu vice, Alessandro Moreira, a UFMG também mantém a suspensão das atividades presenciais nos câmpus de BH e Montes Claros (Norte do estado). A universidade ressalta que “elaborou um Plano de Retomada de Atividades não adaptáveis ao modo remoto em quatro etapas, com previsão de retorno gradual, lento e escalonado”, dependendo das condições de controle da pandemia e segundo os protocolos de biossegurança da UFMG.
Autonomia
Para Marcus David, uma combinação de fatores levou ao fiasco da portaria, prontamente rechaçada pela Andifes que, coincidentemente ontem e hoje está em reunião de reitores. “Efetivamente, não é o momento de retorno generalizado das atividades presenciais em função do recrudescimento da crise sanitária”, aponta. O segundo fator, de acordo com o reitor, foi tomar uma decisão sem debate prévio, passando ainda por cima da autonomia universitária. “Mas o mais grave na nossa avaliação é pôr em risco estudantes e trabalhadores. As universidades estão cumprindo papel fundamental ao contribuir com o enfrentamento da pandemia. Pusemos à disposição nossa estrutura, hospitais e laboratórios, mas em nenhum momento abrimos mão da segurança”, diz.
Hoje, reitores se reúnem para avaliação de quadro epidemiológico, junto com pesquisadores das universidades, e para discutir estratégias de retorno progressivo. Mesmo diante da promessa de revogação, o assunto estará em pauta. Ontem, universidades se apressaram em divulgar notas para acalmar os alunos. A UFJF informou que, por decisão do Conselho Superior, a suspensão das atividades presenciais estava mantida até março de 2021. “Temos 22 mil alunos e, desses, mais de 12 mil são de fora da cidade. Eles voltaram pra suas casas, devolveram apartamentos e quartos alugados. A grande preocupação deles é que o processo de retomada seja feito com antecedência”, afirma o reitor, Marcus David.
Cautela
A Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) informou que “não está apta a fazer uma proposta de ensino presencial neste momento, em virtude do estágio de controle da pandemia da COVID-19”. A Federal de Viçosa (UFV), também na Zona da Mata, manteve suas decisões para “resguardar a saúde e integridade de seus membros e da sociedade como um todo, bem como zelar pela qualidade dos projetos pedagógicos de seus cursos”. O MEC foi procurado, mas não se manifestou até o fechamento desta edição.
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Como a COVID-19 é transmitida?
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?
Como se prevenir?
A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam:
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
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Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.Coronavírus e atividades ao ar livre: vídeo mostra o que diz a ciência
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